Alegretense relata como está a Covid e a chegada de refugiados ucranianos na Dinamarca

O alegretense Paulo Santos Lopes, de 82 anos, falou com a reportagem, por telefone, e descreveu a situação atual, na Dinamarca, em relação à Covid-19, refugiados da Ucrânia e a vida no Pais.

A Dinamarca está sempre no ranking dos melhores países do mundo para se viver. Oferecendo qualidade de vida aos seus habitantes, saúde, boas condições de trabalho, está sempre na lista de preferência dos imigrantes.

Refugiados da Ucrânia

De acordo com Paulo, a Dinamarca estava auxiliando a Ucrânia durante a invasão Russa e enviou militares, porém,mais recentemente, na sexta-feira(11), chegaram ao País, os primeiros refugiados ucranianos.

“Em sua maioria mulheres com crianças e bebês. O povo aqui, os acolhe com muito carinho. Estão sendo alojados em centro para refugiados, mas muitas famílias ofereceram-se para abrigar o pessoal que vai chegando. Um deles que tinha uma fábrica na Ucrânia trouxe todos os empregados e suas famílias para Dinamarca. Há uma enorme quantidade de meninos e meninas doando seus brinquedinhos para os pequenos que chegaram” – descreveu Paulo.

Todos os homens na idade entre 18 e 60 anos ficaram obrigados ou voluntariamente para trás, na Ucrânia, para lutar contra os invasores russos.

“Eu mesmo fui refugiado. Experimentei aquele sentimento  de total impotência, impedido de poder tomar iniciativa própria. Por isso, quando vejo aquelas mulheres, aqui, chegando com seus bebês nos braços  não posso conter as lágrimas. Eu era eu mesmo. Minha família em segurança aí no Brasil. Minha mulher e eu. Mesmo assim, a angustia que eu sentia era enorme ainda mais quando soube do falecimento da minha mãe. Comparando, porém, com a situação destas pobres mães que aqui chegaram com seus bebês, vejo que, na verdade, foram insignificantes os meus problemas” – acrescenta o alegretense que foi refugiado devido à Ditadura Militar na década de 60.

Covid-19

Já em relação à Covid-19, o alegretense destaca que o País está praticamente com a sua rotina normal. As medidas restritivas que foram muito mais duras, permaneceram por cerca de dois anos.

O altruísmo assim é raro, mas existe

“Aqui, embora o governo tenha flexibilizado às medidas e protocolos, as pessoas têm o hábito do distanciamento, do uso da máscara e também do álcool em gel. Acredito que isso contribui muito para que outros surtos sejam evitados – acrescenta.

Residindo há 47 anos na Dinamarca, Paulo é casado com Karin Andersson de 71 anos. Ambos, não contraíram o vírus, até o momento. Mas Caren, acredita que isso poderá acontecer, pois o vírus está sofrendo muitas mutações. “Estamos vacinados com as três doses, ficamos mais em casa e reservados à família. Mas os filhos e netos, todos se contaminaram” – comenta.

Karin Andersson

Lá a divulgação sobre todos os protocolos da Covid-19 é exposta de forma maciça em praças, parques e ruas principais. O Governo também auxiliou todas as empresas com subsídio expressivo para que pudessem se manter durante o fechamento que ocorreu no auge da pandemia.

Durante o período crítico da Pandemia, o casal destacou que ficou muito comum comprar chácara no campo ou casa na praia. A Dinamarca fechou em 12 de março de 2020 e vive um período muito tranquilo, após dois anos.

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O momento é de considerar que o Pais está quase em uma emdemia. Outro detalhe muito importante destacado pelo casal, é a rede de saúde.

Saúde

No dia da entrevista com o PAT, paulo recém tinha chegado do hospital. Sempre muito gentil e solícito, ele atendeu a reportagem, mas comentou que havia feito um exame muito minucioso que durou horas e precisou de anestesia. “Aqui, eu com 82 anos, eles não me deixam sair rápido. Já tive o diagnóstico de Câncer duas vezes, em 2000 e depois 2013, por esse motivo, qualquer situação que eles julgam que possa ser uma terceira possibilidade da doença, realizam incontáveis exames.

A saúde aqui, é levada a sério e todos têm acesso. Hospital de graça, medicamentos com o tempo, também se tornam quase de graça, pois os valores são irrisórios diante dos descontos que chegam até 80%. Cada pessoa tem um médico e, quando necessário, este encaminha para um especialista. O sistema de saúde privado, não consegue concorrer com o público, pois o atendimento e a atenção na rede pública de saúde são formidáveis.”- explicou.

Paulo fazendo exames

Para encerrar, o alegretense disse que, no início, ao acompanhar as notícias sobre as dezenas e milhares pessoas que saiam dos hospitais, não entendia o motivo de que muito poucas eram as que destacavam os médicos e enfermeiros, os profissionais que estavam atuando na linha de frente, contra o vírus.

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“Acredito que agradecer a Deus é indispensável, mas durou muito tempo para que as pessoas percebessem que, não apenas Deus estava os amparando, mas que todas as pessoas , os profissionais da linha de frente estavam ali, colocando suas vidas em risco, para salvar a deles. Demorou para esse reconhecimento, também. Contudo, aconteceu”- encerrou.

Como é a vida na Dinamarca?

Viver em um dos países com a melhor qualidade de vida do mundo tem um custo alto. O site Numbeo posiciona a Dinamarca como o quinto país com maior custo de vida no mundo e o segundo que tem mais qualidade de vida, em 2021. O preço a se pagar para usufruir de tantos benefícios é evidente, com altos impostos. 50% do salário vai para impostos.

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