Bagé anuncia vacinação contra Covid de gestantes de alto risco; testes nesse público ainda não foram realizados

Secretaria de Saúde, Ministério da Saúde e OMS sugerem a aplicação da vacina somente em casos de grávidas entre os grupos prioritários. Segundo a prefeitura de Bagé, entre os fatores que aumentam o risco de complicações durante a gravidez estão as comorbidades.

A Prefeitura de Bagé, na Fronteira do Rio Grande do Sul, iniciou na segunda-feira (12) a aplicação de doses de vacina da Covid em gestantes de alto risco. As duas vacinas que estão sendo utilizadas no Brasil, CoronaVac e Astrazeneca, ainda não foram testadas nesse público.

A Secretaria de Saúde, assim como o Ministério da Saúde e a OMS recomendam que as doses sejam aplicadas somente em grávidas dentro do grupo de risco do plano de vacinação, e mesmo assim, sob a avaliação e indicação do médico.

O Ministério da Saúde ainda indica que “a vacina pode ser oferecida às gestantes sem comorbidades após avaliação dos riscos e benefícios, principalmente em relação às atividades desenvolvidas pela mulher”.

 

O município considera que as grávidas de risco podem se enquadrar nas pessoas com comorbidades, que estão entre os grupos prioritários.

“Outros fatores podem aumentar o risco de uma pessoa grávida sofrer de doença grave causada por coronavírus, ou seja, de precisar de ventilação ou intubação. Dentre eles estão as condições médicas subjacentes, conhecidas como comorbidades”, explica nota da prefeitura.

Dados da Secretaria Municipal de Saúde mostram que Bagé tem 204 grávidas em alto risco. Segundo Mariana Oxandabaratz Alfaro, médica ginecologista e obstetra do pré-natal de alto risco, a equipe definiu critérios de inclusão na vacinação: idade gestacional superior a 24 semanas e a não ocorrência de Covid ou outras doenças nos últimos 45 dias.

“As gestantes da rede particular que tenham comorbidades associadas, como hipertensão, diabetes ou asma, por exemplo, também podem ser atendidas, mediante apresentação de atestado do médico que as assiste”, explicou.

As gestantes chegaram a ser incluídas entre as contraindicações para a vacina, nas primeiras versões do plano estadual de imunização. Em uma revisão, no dia 6 de abril, o documento passou a incluir a recomendação para imunização de gestantes dentro do grupo de risco, de acordo com nota técnica do governo. Leia abaixo.

Trecho da nota técnica 01/2021 da SES

 

A segurança e eficácia da vacina proveniente do laboratório Sinovac/Butantan não foram avaliadas nos estudos clínicos nestes grupos, no entanto estudos em animais não demonstraram risco de malformações. Para as mulheres pertencentes aos grupos prioritários nestas condições, a vacinação poderá ser realizada após avaliação cautelosa dos riscos e benefícios e com decisão compartilhada, entre a mulher e seu médico prescritor. Logo, a sua vacinação ficará condicionada a apresentação de prescrição médica.

Para àquelas gestantes que forem vacinadas inadvertidamente o profissional deverá tranquiliza-la sobre a baixa probabilidade de risco e encaminhar para o acompanhamento prénatal. Esta situação deverá ser notificada no sistema de informação e-SUS notifica como um “erro de imunização” para fins de controle e monitoramento de ocorrência de eventos adversos.

Como agendar a vacinação

 

As gestantes que se enquadrarem nos critérios definidos pela secretaria devem procurar o posto de saúde Camilo Gomes (Rua Fabrício Pilar, 1.201, no Centro). O telefone para agendamento é o (53) 3242-2433.

Fonte: G1