Caminhoneiros brasileiros só entram na Argentina com teste negativo de PCR

A decisão do governo argentino que obriga caminhoneiros a apresentar teste negativo de Covid-19 para ingresso no país passou a valer nesta quarta-feira (14). O exame do tipo RT-PCR deve ser feito até 72 horas antes de atravessar a fronteira.

A coordenadora regional de saúde, com sede em Alegrete, Heilli Temp manteve reuniões, no dia  14, com o governo do Estado para saber como vão proceder, no caso dos caminhoneiros que estão na aduana em Uruguaina, e agora só poderão entrar na Argentina mediante a apresentação do exame negativo de PCR.

Uma das motivações para as restrições é o surgimento e disseminação da variante brasileira do coronavírus. A nova norma pode gerar problemas logísticos, segundo a Associação Brasileira de Transportadores Internacionais (ABTI). A entidade alerta para o agravamento da situação, com um possível colapso nas fronteiras do Brasil em cidades como Dionísio Cerqueira, em Santa Catarina, Foz do Iguaçu, no Paraná, e São Borja, no Rio Grande do Sul.

O impacto pode ser ainda maior no município gaúcho de Uruguaiana, que concentra o maior fluxo de veículos. Dos 800 caminhões diários que cruzam a fronteira brasileira em direção ao país vizinho, 500 passam pela cidade, segundo a ABTI.

Segundo o Ministério das Relações Exteriores, os transportadores brasileiros já vêm relatando dificuldades para cumprir as medidas. O principal motivo seria a inexistência de infraestrutura para a realização dos exames na fronteira do país ou ao longo da rota internacional.

O receio é que haja represamento de cargas de exportação e, por consequência, o ingresso de importações, além de um aumento considerável de custos logísticos. A alta nos gastos ocorreria não somente pelos custos dos testes, mas também pelo período ocioso dos caminhoneiros na fronteira, enquanto aguardam os resultados. Cargas frigoríficas seriam as mais afetadas.

Exigências sanitárias já foram estabelecidas anteriormente pelos governos do Peru, no dia 28 de março, e do Chile, em 5 de abril. As medidas, que são válidas para o transporte internacional rodoviário de cargas, também incluem apresentação de teste RT-PCR por caminhoneiros não residentes.

Em nota, o Itamaraty diz que, desde 5 de março, tem participado de reuniões com o setor brasileiro de transporte de cargas, com outros órgãos governamentais e com autoridades dos países vizinhos para buscar soluções às novas exigências sanitárias argentinas, chilenas e peruanas.

“Nesse contexto, o Itamaraty, junto com as Embaixadas em Buenos Aires, Lima e Santiago, e em contato direto com as Chancelarias de Argentina, Chile e Peru, realizou gestões para solicitar prorrogação do prazo para cumprimento das medidas pelos transportistas brasileiros e propor adoção do modelo observado atualmente pelo Uruguai, que determina a realização de testes PCR em caminhoneiros no lado uruguaio da fronteira, com custos pagos pelo importador e sem necessidade de espera do resultado do exame”, diz a nota.

A Secretaria Extraordinária de Relações Federativas e Internacionais do Rio Grande do Sul disse, em nota, que tratou do assunto com o Itamaraty.Segundo a pasta estadual, o Itamaraty informou ter consultado a Casa Civil sobre a viabilidade de aplicação de reciprocidade às medidas sanitárias dos países vizinhos, em especial a exigência de teste PCR para motoristas de caminhões de carga como condição para ingresso em território brasileiro.

 Com informações do CNN- Brasil