Nos últimos dias, a palavra de origem estrangeira, cringe, se popularizou nas redes sociais e provocou uma guerra entre os millennials ou geração Y (nascidos entre 1980 e 1994) e a geração Z, também chamados de nativos digitais, GenZ e pós-millennials (nascidos entre 1995 e 2010). Em buscadores como o Google, o número de pesquisas sobre o significado do termo teve um aumento de mais de 500% na última semana.
Cringe, em inglês, é um verbo que, segundo o dicionário de Cambridge, pode ser usado nestas situações: sentir-se constrangido e muito envergonhado por algo ou se afastar repentinamente de alguém ou alguma coisa por medo. Outro dicionário, o Collins, relaciona a palavra ao fato de alguém se retrair ou experimentar uma sensação de vergonha, desgosto ou constrangimento. É um termo que não é de fácil tradução.
Atualmente, nas redes sociais, a palavra cringe tem sido utilizada como adjetivo e gíria, associada a ideia de “pagar um mico”. Tudo começou quando a influencer digital, Carol Rocha, no Twitter, questionou seus seguidores sobre o que eles consideravam mais cringe na geração millennial. Nesse contexto, o sentido que viralizou é o de mico, algo constrangedor, vergonhoso.
A batalha das gerações
As respostas dos seguidores da influenciadora incluem: tomar café preto, pagar boletos, usar calça skinny e sapatilhas, utilizar emojis, sobretudo o de risada com lágrimas, gostar de Harry Potter e Friends, tomar cerveja litrão entre outras situações.
A partir desta situação, os millenials, que se consideravam modernos e descolados, começaram a responder, de maneira irônica e por meio de memes, às provocações da geração Z e a batalha foi travada.
A verdade é que, entre millennials, geração Z, Y, X, baby boomers, essa disputa pelos hábitos e costumes que se consideram melhores ou talvez, mais modernos, sempre existiu e a internet possibilitou essa potencialização em torno das discussões.
Cada geração tem seu jeito, seu espaço, seu tempo, seus gostos, seus costumes, seu modo de pensar e agir, entre tantos outros elementos que as caracterizam. Essa diferença é comum em todas as sociedades. Portanto, cabe apenas o respeito e a aceitação das diferenças.
Laís Alende Prates