
Nas últimas enchentes, a água chegou em locais nunca atingidos e acabou desabrigando pessoas, que até então nunca tinha saído de suas casas em função de inundação do Rio que banha a cidade.

Maio de 2024 entrou para história como uma das maiores enchentes de Alegrete. A cota de inundação quase alcançou os 13 metros acima do nível e o Ibirapuitã desalojou mais de 500 pessoas no município. No dia 3 de maio foi o pico do Ibirapuitã, atingindo 12,80cm. Era dia 1º de maio, quando uma família do Bairro Promorar foi desalojada no final da Rua Santana. Não demorou 8 horas, para se tornarem desabrigados e serem levados para um abrigo.
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Iniciava ali a saga da família de 6 pessoas que já havia neste ano saído de casa por conta de uma enxurrada. A casa de material resistiu, mas a de madeira ruiu nesta última enchente. Na primeira semana de maio, eles pernoitaram no abrigo do Oswaldo Aranha. Posteriormente, quando as águas baixaram e as demais famílias retornaram para seus lares, eles tiveram de ser levados para a quadra da Escola de Samba Nós Os Ritmistas, local usado pela prefeitura como um dos abrigos durante as cheias. O pavilhão vermelho e branco foi cedido ao município.

Passados 34 dias, a situação da família da Promorar continua sem solução. A casa na Zona Leste terá de ser demolida do restante que sobrou. Da casa de material, a área apresenta risco de uma nova inundação e o terreno não poderá ser reaproveitado, segundo estudo realizado por técnicos da prefeitura.
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A reportagem conversou com a secretária de Desenvolvimento e Promoção Social, Jaqueline Ramos, que explicou o caso. Segundo ela, a família está sendo amparada pela assistência social com alimentação e recebendo ajuda de doações.
Conforme Jaqueline, eles devem ser incluídos nos programas governamentais para ajuda financeira, inclusive o Auxílio Reconstrução. Por morarem num terreno alagadiço, a família não vai mais retornar para casa onde residiam. “Tão logo recebam o auxílio-moradia, eles vão para uma casa alugada e estamos providenciando um local para construção de uma nova moradia para essa família”, pontuou a secretaria de assistência social de Alegrete.
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O abrigo é gelado, abrigado sob uma lona preta. Entre colchões e roupas de cama, assim a família tem vivido nos últimos dias. O galpão tem frestas e embora com os portões com taramela, as noites gélidas são esperanças de um recomeço para a família. O pai trabalha de catador de recicláveis, a dona de casa, arruma o local e lava as roupas. Dois filhos, um de 13 outro de 15 estão estudando no Honório Lemes. O outro casal, um de 24 e uma jovem de 20, estão desempregados. O sustento é direto do Bolsa-Família e algum dinheiro que o chefe da família arrecada no dia a dia.

A maior necessidade no abrigo é de um armário (duas portas), para acondicionar as roupas que estão em cima de mesas e no chão e um fogão a gás. O fogão salvo na enchente já está com os dias contados.
As doações podem ser levadas diretamente na quadra dos Ritmistas, na gare da estação, pela Rua Castro Alves, próximo ao 12º BE Cmb. A pedido dos entrevistados e pelo trabalho da assistência social, não foram divulgados os nomes, nem tão pouco fotos dos desabrigados.
