Detentas produzem mais de 1 mil absorventes em um ano de projeto do sistema prisional do RS

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A ação, que previa a realização de oficinas de educação menstrual e a produção de bioabsorventes, começou em dezembro de 2020. De lá para cá, mais de 100 apenadas participaram. Todo o material produzido foi destinado para quatro unidades prisionais que atendem mulheres privadas de liberdade no estado.

De acordo com a chefe da Divisão de Trabalho Prisional da Susepe, Elisandra Minozzo, os absorventes são confeccionados nos presídios estaduais femininos de Lajeado e de Torres. É nesses locais que as detentas recebem a capacitação.

“Nas oficinas, são abordados temas como saúde feminina, educação menstrual, geração de trabalho e renda, com foco no empreendedorismo feminino e na capacitação dessas mulheres presas. Queremos contribuir com a efetiva ressocialização das pessoas privadas de liberdade com o projeto”, conta.

Desde a implantação, a iniciativa se tornou referência nacional, pois o Rio Grande do Sul é pioneiro na produção de bioabsorventes com mão de obra das apenadas. Tanto é que a ideia foi reconhecida pelo Departamento Penitenciário Nacional (Depen) como um dos “oito melhores projetos brasileiros de trabalho prisional” e considerado “exemplar para os demais estados”. Ele passou a integrar a 1ª coletânea “Boas Práticas Trabalho e Renda”.

A execução do projeto se dá em duas etapas. Na primeira, é ofertada para todas as mulheres presas na unidade prisional em que o projeto é desenvolvido, onde é discutida a saúde feminina, a educação menstrual, além de tabus e mitos associados à menstruação.

Na segunda etapa, ocorre a seleção das mulheres que tenham interesse em aprender a técnica de confecção dos absorventes, a capacitação em empreendedorismo feminino e a produção de bioabsorventes para si mesmas, para outras mulheres do sistema prisional e para entidades parceiras.

Na capacitação em empreendedorismo, são abordados temas relacionados a venda, gestão de clientes, técnicas e modelagens de negócios, precificação e geração de renda, já que as peças produzidas podem ser vendidas e o recurso revertido para o autocuidado das apenadas e dos familiares.

A aquisição dos materiais para a produção dos bioabsorventes ocorre por meio da contribuição dos Conselhos da Comunidade e das Varas de Execução Criminal. Os espaços de trabalho são equipados através do Programa de Capacitação Profissional e Implementação de Oficinas Permanentes (PROCAP) do Depen.

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