Drogas digitais, via efeitos sonoros, provocam reações semelhantes aos entorpecentes tradicionais

Diversas vezes durante a semana, nos deparamos com notícias sobre tráfico, posse ou uso de drogas ilícitas, tais quais maconha, crack, cocaína, ecstasy, entre outras.

Drogas digitais, via efeitos sonoros, provocam reações semelhantes aos entorpecentes tradicionais
Drogas digitais, via efeitos sonoros, provocam reações semelhantes aos entorpecentes tradicionais

As drogas podem ser organizadas em dois grandes grupos: lícitas ou ilícitas. Com relação aos entorpecentes lícitos – drogas que podem ser comercializadas – temos, como exemplos, o cigarro, as bebidas alcoólicas e os medicamentos.

Os entorpecentes ilícitos, por sua vez – drogas que têm a sua venda proibida – são divididos em 3 categorias, de acordo com a maneira que são produzidos. Temos as drogas naturais, como a maconha, originada da planta cannabis sativa; as drogas sintéticas, como o ecstasy e o LSD cuja produção acontece de forma artificial em laboratórios; e, por fim, as drogas semi-sintéticas, como a heroína, a cocaína e o crack, as quais são produzidas a partir de drogas naturais, mas que, no decorrer do processo de produção, sofrem alterações químicas no laboratório.

Além das drogas listadas anteriormente, há um novo grupo que vem chamando a atenção da mídia no planeta, as chamadas drogas virtuais. Dentro desse grupo, há um programa simulador chamado de I-Doser. Esse programa tem o objetivo de emitir uma série de sons desconexos e ruídos contínuos, que, supostamente, possuem o poder de provocar sensações idênticas ao consumo de drogas reais. Apesar não ter respaldo científico, é notório que o software vem roubando os holofotes dos principais meios de comunicação e, ao mesmo tempo, preocupando as pessoas, pois ainda não se sabe os efeitos do I-Doser.

As sensações de estar usando drogas reais prometidas aos usuários de I-Doser estão atreladas a uma técnica antiga, nomeada binaural beats (batidas bineurais, numa tradução livre para o português). Primeiramente, essa técnica foi descrita pelo físico alemão Heinrich Dove, em 1839. O cientista fez importantes contribuições para os estudos sobre binaural beats, apontando que essa técnica se vale de frequências distintas, reproduzidas em cada ouvido, e que causam vários efeitos no cérebro. Segundo a teoria, ao sofrer diferentes estímulos, o cérebro produz um terceiro sinal, correspondente à combinação entre os sons originais. É essa nova frequência que altera o estado de consciência de quem usa o programa.

As doses de I-Doser, como são chamados os arquivos sonoros, variam entre US$ 2,50 e US$ 4,50, podendo ser encontradas no site do software, que disponibiliza 75 doses e uma amostra grátis. Tanto para usufruir das doses pagas quanto da amostra grátis, é necessário baixar um programa, o qual vai reproduzir os ruídos hipnóticos e emitir imagens para ajudar os usuários a terem

uma melhor sensação ao consumir a droga virtual. Os arquivos sonoros de I-Doser podem durar entre 10 minutos e 1 hora, mas, normalmente, duram cerca de 30 minutos em formato de áudio tradicional, gravados em CD.

João Baptista Favero Marques

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