Efeito carnaval: um inevitável novo pico de casos da Covid ocorrerá no final do mês

No final do ano passado, o PAT fez algumas abordagens sobre as estatísticas realizadas pelo alegretense e advogado Marco Rego, responsável por gráficos que norteiam toda saúde, não apenas no Município com em outras Regiões em relação ao contágio do vírus, de acordo com o comportamento da população. À época, Marco fez o alerta que devias às aglomerações das festas de final de ano, Natal e Ano Novo, Alegrete iria enfrentar um pico, uma onda entre 12 e 21 de janeiro. A previsão foi muito realista e se confirmou, o número de casos e óbitos aumentaram exponencialmente, chegando ao registro de 104 casos positivos da Covid-19, no dia 18 de janeiro. Além dos óbitos em decorrência do vírus que se mantém, até os dias atuais, recorrentes. O aumento nas mortes começou em dezembro com 13 naquele mês, 15 em janeiro e até o momento seis em fevereiro.

 

 

Em mais um entrevista, o estatístico foi taxativo em dizer que um novo pico poderá colapsar o sistema de saúde. Essa afirmação não fica difícil de compreender diante de todas as notícias que diariamente estão sendo expostas nas redes sociais e telejornais. O número de famílias que estão em outras cidades e estados é bem significativo. Diante disso, vê-se os casos de aglomerações principalmente no litoral gaúcho, um dos pontos mais visados nestes últimos dias em razão do feriadão. Marco comenta que há inúmeras variantes do vírus, algumas mais agressivas e, com esse volume de pessoas em vários locais, fora de Alegrete, é quase que inevitável que estas novas mutações do vírus SARS-CoV-2 cheguem ao Município. “As pessoas que estão viajando, na grande maioria, não vão ficar em casa, em isolamento. Muitas vão sair para o trabalho, supermercado, farmácias, bancos e demais locais. Desta forma, esta nova cepa, que já é esperada, vai infectar as pessoas” – explicou.

A cepa é uma variante ou um grupo de variantes dentro de uma linhagem que já se comportam um pouco diferente do vírus original. As cepas circulantes do vírus podem ser de linhagens diferentes (por exemplo, as do Brasil, da África do Sul e do Reino Unido), ou uma mesma linhagem pode ter várias cepas diferentes.

A população está cansada, todos sabem, mas a pandemia, não acabou e parece, apesar de já ter vacinas, ainda, um pouco distante desta realidade em que muitos “teimam” em seguir. Muito mais que o número de casos positivos que inevitavelmente vão aumentar, com uma previsão a partir de 26 de fevereiro, também terá a ascendência na curva de óbitos o que deve ocorrer em março, segundo o estatístico.

A equipe da santa Santa Casa, que está na linha de frente é a mesma desde o início, sendo que passou por perdas de profissionais. Estes períodos de feriadões falta de conscientização da população têm preocupado a área da saúde pelo receio de períodos que já foram uma realidade em Alegrete onde colapsou e pacientes tiveram que ser transferidos para outros hospitais.

A coincidência deste período, também, será com o começo das aulas. Nas redes municipal e particular, para os pais que estão em casa com seus filhos e todos os cuidados por mais de um ano, fica a apreensão do retorno inicial. A pandemia, desde que foi anunciada no Brasil não deu trégua.

Embora, o Município tenha adotado fiscalizações mais rígidas e ações  para inibir aglomerações, festas clandestinas e outras situações irregulares em relação às medidas sanitárias, algumas aglomerações foram identificadas, empresas e pessoas autuadas. No Parque Rui Ramos, na tarde de ontem(16), um número significativo de pessoas estava no local.  Com a adesão ao sistema de cogestão, desde a última segunda-feira(15), Alegrete e os municípios da região poderão adotar protocolos mais brandos à bandeira na qual estão classificados, mas no mínimo iguais à bandeira anterior (região classificada em vermelha adota protocolos da bandeira laranja, por exemplo, e, no caso de preta, as regras mínimas da bandeira vermelha). Neste caso, a cidade mantém os protocolos da bandeira laranja.

A região de Uruguaiana, que o Município faz parte, estabeleceu e apresentou ao Governo do Estado plano específico de aplicação regional, com critérios de teto de operação e modo da atendimento/operação condizentes com a realidade da macrorregião Centro-Oeste. O novo Plano de Cogestão foi definido e aprovado por decisão da maioria dos prefeitos da região. O grande problema do aumento dos casos sempre será a falta de responsabilidade diante das medidas sanitárias, uso de máscara, aglomerações e falta de higienização.

Fotos Alex Lopes