Excesso de uso levou veículos para manutenção e a locação de carros onerou demais o serviço. Agora, só casos graves e as urgências serão atendidas pela Secretaria
O alerta foi feito, nesta semana na tribuna da Câmara pelo vereador Celeni Viana, que disse ser preocupante a possibilidade de não ter transporte para tratamento fora do município. Segundo o discurso, muitas pessoas têm lhe procurado e reclamado que tiveram suas consultas marcadas, e receberam a notícia que não tem transporte, e terão de pagar com dinheiro do seu próprio bolso.
O vereador alerta que poderão haver ações na justiça, pois a lei 8080 do SUS é clara. É direito do cidadão e obrigação do Estado. Ele também teria informações de que somente emergências serão liberadas.
No Facebook, pessoas que precisaram deste transporte se manifestaram a respeito.
– É verdade, diz Caren Azevedo, semana passada eu fui vítima da situação, fazia quase 1 ano que esperava por um exame quando me chamaram não tinha transporte, resultado: não fui. Vou esperar mais um ano e se tiver pressa terei que pagar, uma vergonha.
Outra que postou sobre o transporte fora domicílio é Natalia Bittencourt. – Não é nenhuma novidade, fora o atendimento que é péssimo né. Vai lá e fica um 1 ano até ser atendido, sendo que quando chega a tua hora, nem te olham direito, te dão remédios e te mandam para casa, e caso não funcione pra gente voltar! É um desinteresse total! Isso sim!
A realidade
Em contato com a diretora geral da Secretaria da Saúde de Alegrete, Rosiane Romeiro, ela esclareceu que cerca de 1.000 pessoas por mês, utilizavam o transporte da Secretaria da Saúde para fazer tratamento em outras cidades. As vans, micros e carros da frota da Secretaria sofreram com o desgaste do excesso de uso e estão em manutenção. Daí, informa a diretora, tiveram que buscar o transporte terceirizado para não deixar de atender as pessoas.
Só que o custo, segundo ela, é muito elevado, cerca de R$ 12 mil por dia com os carros locados. – Esse valor onerou demais o serviço e estourou o orçamento.
Romeiro esclarece que, infelizmente, não vão poder atender a todos, mas sim aqueles com mais necessidade e os mais graves como os pacientes oncológicos, transplantados há pouco tempo etc.