Emerson Coelho, um alegretense do apito

O alegretense exerce a função de árbitros há 16 anos. Confira a entrevista contando um pouco da trajetória do profissional.

Aos 48 anos, o alegretense Emerson Luís Ribeiro Coelho acumula uma intensa trajetória no esporte. Formado em Educação Física, ele concluiu o curso da FGFS no ano de 2006 na cidade de Carazinho. Um ano depois fez sua estreia numa partida do Campeonato Estadual Série Bronze, atuando na cidade de São Gabriel. Desde então não parou mais, trabalhando em competições regionais.

No biênio 2011-2012, foi árbitro nos quadrangulares finais da FGFS, quando o Uruguaianense retornou com às categorias de base, na época trabalhou com os alegretenses Jober Fernandes (in memorian), Luís Felipe e Tarcísio Gonçalves.

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Também trabalhou na final estadual Feminina 2015 em Uruguaiana. Árbitro em campeonatos municipais nas cidades de Alegrete, Manoel Viena, São Francisco de Assis, São Vicente do Sul,Rosário do Sul , Quarai, Itaqui, São Borja, Alvorada, Santo Cristo, traz no currículo duas finais do Miguelão em Uruguaiana, alem de mais duas edições do Culturão em São Borja e uma Copa São Borja.

Emerson, carinhosamente apelidado por “Bangu”, atuou como árbitro no handebol, por 6 anos esteve no JIMP em Rosário do Sul, competição com jogos entre escolas na categoria juvenil e atuou nos Jogos Universitários da Região Sul em Cerro Largo. No Futebol de Campo esteve na final estadual do Jergs em Alegrete e trabalhou como árbitro de campo em São Borja, São Francisco de Assis, Quaraí e Uruguaiana.

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A reportagem do PAT entrevistou o alegretense que conversou sobre sua trajetória no esporte. Confira os principais trechos:

Portal: A tua trajetória é mesclada no futebol de campo e futsal. Para o árbitro há muita diferença em trabalhar no campo e na quadra?

Existem algumas diferenças no espaço, número de atletas, regras, mas eu acho que a maior é a velocidade do futsal, onde a tomada de decisão tem que ser mais rápida. Apesar do futebol de campo atualmente também está mais intenso.

Portal: Além de arbitrar, você atua como jogador. Neste cenário é possível explicar porque o profissional da arbitragem é tão criticado e por vezes ofendidos pelos atletas ?

Isto é cultural e de educação, todo mundo acha que pode falar o que quer e não é bem assim. É um trabalho que estou realizando. Já imaginou se eu chegasse no local de trabalho dessa pessoa ofendendo?
Pois é. Sempre que a equipe perde a culpa é da arbitragem, nunca a culpa é do atleta que erra o passe ou a marcação ou quando perde a cabeça e acaba sendo expulso prejudicando sua equipe. Mas é mais fácil colocar a culpa na arbitragem do que reconhecer o próprio erro.

Portal: Tens trabalhado bastante no futsal, como tu analisas a modalidade na região ?

Um dos nossos maiores problemas aqui é a distância da nossa região com os grandes centros. Mas a Uruguaianense tem feito um bom trabalho na região, impulsionando as outras cidades a fazerem futsal.
Alegrete voltou com o Real, um trabalho ainda novo nesse retorno que merece ser elogiado e ter mais apoio da cidade. Itaqui, Manoel Viana e São Borja disputam campeonato Estadual. A região tem bons atletas, acredito que esteja no caminho de desenvolver mais a modalidade.

Portal: Durante todo este tempo atuando, cite um momento peculiar na arbitragem que tenha te marcado até hoje positivamente ou um fato negativo ?

De positivo, são as amizades que fazemos em outras cidades. E um fato negativo, foi quando teve o acidente da equipe de Passo Fundo, que retornava de Uruguaiana e que veio a falecer um atleta, eu havia apitado esse jogo em Uruguaiana.

Portal: No teu entendimento porque Alegrete não possui um ginásio municipal de esportes até hoje. Qual tua opinião para tentarmos construir um ginásio em Alegrete?

É complicado, a gente anda pelas outras cidades e todas tem. Já era para termos ginásio há tempos. Acredito que os vereadores e prefeitura sentassem e conversassem deixando de lado as vaidades políticas e pensassem no esporte de Alegrete, esse ginásio municipal já estaria pronto. Com ginásio municipal quantos eventos mais poderiam ser realizados, tanto na cultura, tradicionalismo e feiras, sem falar no âmbito esportivo.

Portal: Como é a vida de um árbitro de interior. Compensa todo o esforço com preparação e viagens?

Compensa pelas histórias e amizades e tem que realmente gostar, financeiramente é um extra, até porque a arbitragem não é profissionalizada. Mas tem trabalho toda semana.

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Portal: Temos carência de novos árbitros. Cada ano não surgem novos profissionais. Existe a preocupação em revelar novos talentos do apito ?

Pois é, aqui em Alegrete não está havendo renovação, tanto no futsal como futebol de campo e isso é preocupante, porque gostando ou não tem que ter arbitragem para ter jogo.
Portal: O que é preciso para ser um árbitro de futebol ?

Primeiro tem que gostar, depois tem que ser surdo em algumas situações (risos), e estudar as regras independente da modalidade esportiva.

Fotos: acervo pessoal

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