Gelson, o skatista que virou ginete e hoje é corredor de rua

O alegretense Gelson Queller Almeida, aos 32 anos possuiu uma história com enredo incomum. Isso mesmo, dos rolês de skate, virou ginete e hoje é corredor de rua

Morador da Zona Leste, ainda guri gostava muito de andar de skate. Vivia com skate debaixo do braço, e via seu irmão indo para os treinos de gineteada e participar de rodeio. Queller conta que anos atrás a cidade tinha um olhar diferente para quem andava de skate. Foi então que por conta dessa discriminação, começou a ir nos treinos olhar e ajudar o pessoal.

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Num belo dia recebeu o convite do amigo Rafael Safons para montar um cavalo. “Daí em diante não parei mais, comecei aprender bastante com eles e com o resto dos amigos do meio de rodeio”, relembra Gelson. E foi num rodeio no CTG Farroupilha que ele faturou seu primeiro troféu em 2013. Até uma moto 0km conquistou em provas de gineteada. Só nos rodeios do CTG Farroupilha foram três títulos.

“Fui campeão e num deles eu saí com uma moto zero km, vendi a moto ali mesmo e peguei o dinheiro, para seguir indo aos outros rodeios. Graças aos amigos tive o privilégio de montar em bons cavalos, e por sorte pararei em cima de grandes aporreados, chegando em muitas semifinais”, recorda.

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E foi pelo amigo Rafael Safons que teve a oportunidade de ir e ficar uma semana dentro do Uruguai montando cavalos para tropeiros daquele país. “Sempre fui tímido e procuro tratar todos com respeito. Os guris me diziam, antes de querer ser ginete parar em um cavalo, tu tem que ser gente e amigo de todos, porque nesse mundo a gente precisa de todos e ninguém é melhor que ninguém”, relembra.

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E foi na pandemia que Gelson acabou se afastando das gineteadas. Com raros treinos de monta, ele procurou cuidar do físico para quando voltasse aos rodeios estivesse bem fisicamente. Em 2020, começou a praticar corrida e pedalar, tinha dias que fazia natação. Pelo Facebook, descobriu uma corrida em Porto Alegre, era uma meia-maratona com 21 km. Foi o teste de fogo, ele só queria completar o percurso e foi lá e completou bem a prova com um tempo ótimo para um iniciante.

“Aí já peguei o gosto pela corrida e a gineteada foi ficando cada vez mais de lado”, entrega o alegretense. Foi então que mais uma vez recebeu incentivo de amigos. Na corrida, o professor Leonardo Leonardi, amigo de anos, começou a dar dicas de corrida e um dia entre uma conversa e outra saiu uma planilha de treinos.

Numa prova de 5 km em Alegrete, Gelson conquistou o primeiro lugar na faixa etária e recebeu elogios do treinador, que disse que estava no caminho certo. “Graças ao Leonardo e a minha namorada Thainá que está sempre me ajudando, apoiando em tudo. Sou grato a eles”, fala.

Ultimamente, Gelson participou de 6 provas de corrida e todas subiu ao pódio. Na Meia Maratona de São Marcos em Uruguaiana foi vice-campeão na geral e segundo nos 10km da Corrida Moda Pé. Com treinos diários, ele se prepara para mais um desafio de 21km em Porto Alegre.

Na Capital dos Gaúchos, Gelson vai ter a oportunidade de mostrar o que um skatista, que virou ginete e hoje é corredor de rua sabe de melhor fazer no esporte.

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