Casos graves representaram 25% dos pacientes da nova instituição
Apenas nos primeiros 10 dias de funcionamento, o Pronto Atendimento (PA) do Hospital da Restinga e Extremo-Sul atendeu 2,6 mil pessoas. Demanda da comunidade há 50 anos, a instituição inaugurada pela presidente Dilma Rousseff recebeu 15% a mais de pacientes do que o antigo PA, desativado depois da abertura do hospital.
A principal mudança está no atendimento a pacientes mais graves, com doenças crônicas, que costumavam procurar ajuda nos hospitais do centro de Porto Alegre. A gerente médica do hospital, Gisele Nader, explica que o atendimento a casos graves no PA passou de 10% para 25% com a estrutura do Restinga.
— Os moradores da comunidade que têm doenças crônicas costumavam ter de buscar atendimento nos hospitais do Centro, cerca de 20 quilômetros distante daqui. Com a estrutura do hospital, eles podem ser atendidos perto de casa — comenta Gisele.
Essa é a maior vantagem para os 110 mil moradores da Restinga e dos bairros do Extremo-Sul, como Lami, Lageado, Belém Novo, Ponta Grossa e Chapéu do Sol. Apesar da comemoração pela abertura do hospital na região, o líder comunitário Nelson Silva relata que a espera por atendimento chegou a ser de cinco horas na instituição, demora superior à registrada no antigo PA.
— Estamos felizes pelo hospital, mas queremos que o atendimento seja mais ágil. Para quem está doente, a espera é uma angústia — relata Silva.
Segundo a gerente da instituição, devido à alta demanda, o hospital contratará mais médicos. A previsão inicial era contar com três profissionais por turno no PA adulto, mas agora o hospital terá quatro médicos durante a manhã e da tarde. À noite, o plantão continuará com três médicos.
Além da contratação dos profissionais, o hospital montou uma segunda estratégia para tentar amenizar a espera: agendar atendimentos. Pacientes que não são classificados como graves (aqueles que recebem na ficha de triagem as cores azul ou verde) são agendados para serem atendidos mais tarde. A prioridade de atendimento é dos pacientes graves (aqueles que recebem as cores vermelha, laranja ou amarela na ficha de triagem).
— Damos uma previsão de horário de atendimento aos pacientes sem gravidade, assim eles podem ir para casa e voltar ao hospital depois — afirma a gerente médica.
Gisele relata ainda que parte dos pacientes que chega à emergência do hospital deveria ir aos postos de saúde, o que diminuiria a espera por atendimento.
— Recebemos muita gente que queria medir a pressão, fazer teste de glicose ou investigar um nódulo na mama. Esse tipo de atendimento, que não é urgente, deve ser feito nos postos de saúde, o que evita a lotação das emergências — comenta Gisele.
Aberto às 23h do dia 30 de junho, o Hospital da Restinga tem capacidade para realizar 13 mil atendimentos por mês e possui 87 leitos, sendo 25 do PA e 62 para internação.
Fonte: Zero Hora