Mãe, abençoada por Deus, agradece o grande presente que a vida lhe deu

O Dia das Mães é celebrado neste domingo (9). Mesmo em meio à pandemia, é importante comemorar a data especial com todo o carinho que as mamães representam.

Esse carinho se manifesta desde o momento em que a mulher recebe o resultado positivo.  Saber que está gestante, que uma vida se forma em seu ventre e dedicar a vida a amar outra pessoa é algo incomparável. Por tudo o que representa, a simbologia da mãe leoa, é uma bela síntese.

 

Dentre todas as fases e todo processo da maternidade, há também, os desafios.  Estes, são os mais “simples” até aqueles que fazem da mãe a fortaleza que precisa ao enfrentar, por exemplo, o receio, o medo e as incertezas de um bebê prematuro.

A reportagem do PAT, recebeu nesta semana o relato de uma moradora da cidade de São Gabriel. Caroline Silveira narra o período que esteve na Santa Casa de Alegrete, mais especificamente, com a filhinha Livia Silveira Cassol na UTI Neonatal.

Carol como é chamada, ressalta que essa é uma maneira de homenagear todas as mães,  mas em especial aquelas que estão passando pelo processo de ter um bebê prematuro e também as que, como ela, já passaram por essa experiência.

Em todos os momentos,  o agradecimento e reconhecimento a toda equipe na Neo, uma das maiores referências na Região e no Estado.

 

A mamãe Carol destaca que a gravidez da Lívia foi planejada e era o sonho se tornando realidade. O pai, Matias Cassol, ficou muito
feliz pois seria sua primeira filha. Porém, com apenas 28 semanas a bolsa rompeu e, apressada, a princesa quis vir ao mundo. Carol acrescenta que ela era pequenina, mas ao mesmo tempo, forte.

Livia nasceu com apenas 28 semanas, pesando 975gramas e 34 cm. Prematura extrema. Por esse motivo, foram 50 dias hospitalizada, na Santa Casa de Alegrete( UTI NEONATAL). “Foram vários dias de sofrimento para mim e meu esposo, foram os dias mais difíceis de nossas vidas. Lembro de quando a vi pela primeira vez, no dia seguinte ao parto. Poxa, assustador de início, vários aparelhos, muitos barulhos e uma luz. Confesso, me deu muito medo de perdê-la, mas foi ali que começo nossa luta” recorda.

 

Livia teve algumas intercorrências, perdeu peso, apresentou infecções, precisou fazer transfusões de sangue e tudo isso, deixava o casal apreensivo. Carol se emociona ao lembrar que foi complicado não ter a filha nos braços e não amamentar. Só ouvir o choro e querer estar perto, muito mais que uma vidraça e não ter essa opção,  pois tudo era feito para salvá- la e, aliado à equipe de grandes e competentes profissionais da Neonatal, havia também a força de Livia.

O tempo foi passando e a cada dia, ela vencia uma etapa, como verdadeira guerreira que é.
“Mamãe e Papai iam para lá de manhã e ficavam ao seu lado o tempo todo. Você era muito pequenininha, eu pedia para você não desistir, dizia baixinho que estava ali esperando, com todo o meu amor. E, aos poucos as notícias boas iam chegando, você não precisava mais do aparelho para respirar, a mamãe e o papai começaram a pegar você no colo, para ir se desenvolvendo cada dia mais. Então, após 42 dias de UTI Neonatal você foi para Unidade Canguru, estava estável, precisava apenas pegar peso e se livrar da sonda para dieta (por onde você foi alimentada por um bom tempo), mas sempre com o leite da mamãe, sim minha filha, além de cuidar de você todo dia a mamãe esgotava seu leitinho, com muito amor e prazer. Até que chegou um dos melhores momentos entre eu e você, o dia que eu a amamentei, foi a melhor sensação do mundo e depois daquele dia foram só alegrias. A cada ganho de peso, era uma vitória para nós e tenho muito orgulho da guerreira que você foi e é minha pequena, pois lutou a cada segundo da sua vida.” – descreveu Carol.

Ao todo, mais de um mês internada, e o receio latente dos pais no início, pois o medo de perdê-la esteve presente um bom período. Foi uma grande provação para o casal e Carol enfatiza que o esposo esteve sempre ao seu lado, o que também foi muito importante, para que ambos se mantivessem firmes, com muito amor, fé, força e pensamento positivo.

Na sequência,  Carol pontua que o dia mais feliz da vida de todos que estavam acompanhando o processo pós parto e, principalmente, para ela e o esposo foi 25 de junho de 2020, a tão esperada alta. Livia já estava pesando 1.990Kg e medindo 43Cm.

“Que orgulho, nós vencemos. Eu acredito no verdadeiro milagre, você é o nosso milagre. E esse foi apenas um resumo da história da nossa guerreira, Livia Silveira Cassol, completando um ano, o melhor presente de nossas
vidas. Ela veio para mudar, me mostrando que nem tudo é fácil, mas há um motivo e cada momento difícil que passamos, no final, valeu a pena, pois hoje ela esta aqui esbanjando saúde.

Que a cada passo ela seja sempre abençoada pelo papai do céu e Nossa Senhora, que nunca nos abandonaram nos momentos mais delicados que nos colocamos de joelhos. Te amamos minha filha.
Gostaria de agradecer toda equipe médica, enfermagem,fisioterapeuta, psicólogo, assistente social, que estiveram conosco naquele período, pois, sem eles, não seríamos nada e não teríamos vencido essa luta. Também desejo a todas às mães um Feliz Dia. Deixo aqui, a esperança e a certeza que para Deus nada é impossível,  assim como,  para a fé e a garra de todos os bebês e pais. Isso tudo aliado ao grupo de profissionais que são verdadeiros querubins” concluiu.

 

Flaviane Antolini Favero