Mais um gaúcho da autêntica linhagem sulina não resistiu à Covid

No último dia 25 de fevereiro a despedida a um alegretense que tinha na alma a tradição. A família e os amigos eram sua razão de viver. Infelizmente, mais uma vítima da Covid-19.

Por mais que não houvesse uma despedida cercada dos inúmeros amigos, Cabral Geraldo Mafaldo, recebeu inúmeras homenagens e a família foi acolhida com o amor e carinho daqueles que tiveram o privilégio de conhecê-lo. Ele estava com 78 anos.

 

Nas redes sociais uma das filhas, Denize Mafaldo, fez uma homenagem e autorizou a publicação no PAT. Em sua postagem, assim o descreveu:

Esse, para quem não conhecia, era o seu Cabral Geraldo Mafaldo, meu pai.
Quem o conheceu, certamente já o viu assim, pilchado, honrando as tradições farroupilhas que tanto adorava.
Um homem de caráter, de poucos amigos, mas muito bem quisto e relacionado. Conhecido como como Baixinho, General, tio Babal, Cabralzinho, Mafaldo, Tchatchado, dentre outros tantos apelidos.
Adorava uma história, gostava de compartilhar suas experiências com os mais jovens. Gostava de contar a todos como tinha se tornado o homem que se tornou.
Junto com dona Ana Marília, minha mãe, teve duas filhas: eu e minha irmã, Daniela. Irmãs tão diferentes e tão iguais ao mesmo tempo. Do seu jeito, amava (e ainda ama) as filhas e se orgulhava ao falar das duas.

Minha irmã lhe deu um neto, o Lorenzo. Nasceu com o Lo um avô amoroso, preocupado e carinhoso, que amava o “gurizinho” acima de tudo.
No último dia 25, partiu, cumpriu sua missão. Mais uma vítima da Covid-19. Teve uma passagem sem sofrimento, estando assistido, em seus últimos momentos, pela equipe de profissionais de saúde da Santa Casa de Alegrete.
Na verdade, acho que não partiu. Acho que chegou ao seu destino levando consigo o amor e a admiração de muitas pessoas. Foi ao encontro dos seus. Foi rever àqueles que, saudosamente, lembrava com os olhos marejados.
Aqui ficamos, minha mãe, minha irmã, meu sobrinho e eu. Tristes. Com o coração dolorido e despedaçado. Mas ficamos com as lembranças de cada momento de amor, do homem que nos ensinou a ser quem somos.
A certeza que temos é que a vida é feita de chegadas e partidas. De idas e vindas. E que, Deus, em sua sabedoria, sabe o porquê de tudo. Encontre a luz, pai! Te amaremos infinitamente!” – concluiu.

 

 

Flaviane Antolini Favero