Médico alegretense descreve, de forma simplificada, como o coronavírus contamina as pessoas

Nesta semana, o médico alegretense Guilherme Dorneles Zinelli, mais uma vez, colaborou com o Portal Alegrete Tudo e trouxe detalhes de uma pesquisa que realizou e julgou ser importante, pois a forma que expõe a transmissão do vírus é simples e pode auxiliar muitas pessoas que ainda têm dúvidas sobre o contágio.

A forma detalhada, a seguir, demonstra mostra como o vírus age. O médico sugere que é preciso que a pessoa imagine que está com uma vontade muito grande de comer um bolo de chocolate, mas tem um pequeno problema: só tem a receita. Nada de farinha, ovos ou chocolate. Nada de batedeira, forma ou fogão.

Desta forma, a pessoa tem uma ideia: invadir a casa do vizinho, entregar a receita e exigir que ele não faça apenas um, mas 10 bolos. “Embora isso não ocorra conosco, os vírus fazem exatamente assim. Além disso, eles conseguem se multiplicar sem a ajuda de ninguém (não precisam de fermento). Pela falta de “equipamentos necessários” para se replicarem, os vírus invadem as células levando uma receita: seu próprio DNA/RNA. E o que a receita produz ? Novos vírus” – explica.

O maquinário que antes era utilizado para a célula se manter viva (por exemplo, neurônios no sistema nervoso central e cardiomiócitos no coração) é utilizado como uma fábrica de vírus. A invasão e o sequestro deixam a célula bem doente (você consegue imaginar milhares de células assim?). Os vírus se multiplicam tanto que a célula se rompe e então os novos vírus começam tudo novamente em outras células. E pra completar, cada vírus tem a sua célula favorita. Por exemplo: o vírus HIV infecta, predominantemente, células do sistema imunológico. “Desta forma, o nosso corpo responde com um grande ataque, mas, nem sempre, é suficiente e, como vemos, nem sempre nos saímos vitoriosos.”- completou.

Essa analogia realizada pelo médico tem por objetivo mostrar o quanto é preciso manter os cuidados para que o vírus do novo coronavírus não seja disseminado de forma maciça, pois isso representa o temido colapso na rede de saúde. A higienização, uso de álcool em gel, máscara e distanciamento social são imprescindíveis.

Depois que o vírus Sars-CoV-2 entra no corpo, ele invade as células e faz cópias de si mesmo, como é padrão para os vírus. O volume dessas cópias só cresce ao longo dos dias. Se uma pessoa tem o novo coronavírus no corpo, ele pode estar localizado no trato respiratório superior, pronto para ser espalhado por meio da respiração, da tosse ou de um espirro, por exemplo. Algumas delas podem contaminar superfícies, e é por isso que se recomenda tanto que as pessoas lavem as mãos com frequência.

Alguns estudos sobre o coronavírus descobriram que ele pode sobreviver em superfícies de metal, vidro e plástico por até nove dias, a menos que sejam desinfetados adequadamente. Esse período pode chegar a 28 dias em baixas temperaturas. Um outro estudo, do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos (NIH, na sigla em inglês), aponta que o vírus pode sobreviver em gotículas por até três horas após ser expelido no ar por uma tosse. Gotas finas entre 1 e 5 micrômetros de tamanho, cerca de 30 vezes menores do que um fio de cabelo humano, podem permanecer no ar por várias horas. Isso significa que o vírus que circula em sistemas de ar-condicionado não filtrados só sobreviverá por algumas horas, principalmente porque as gotículas tendem a se depositar em superfícies mais rapidamente quando há circulação de ar. Ele também tende a sobreviver por mais tempo quando depositado sobre papelão —até 24 horas— e de dois a três dias sobre superfícies de plástico e aço inoxidável. Os resultados sugerem que o vírus pode sobreviver por este tempo em maçanetas de portas, bancadas e outras superfícies duras. Os pesquisadores descobriram, no entanto, que as superfícies de cobre tendem a matar o vírus em cerca de quatro horas .

Flaviane Antolini Favero