Médico da Ala Covid que está deixando a equipe, tem um recado: sem conscientização da população muita gente ainda vai morrer

 Não é novidade que os médicos são os responsáveis por cuidar da saúde de toda a população, mas neste momento de pandemia, mais do que nunca, é possível perceber a importância desses profissionais no dia a dia.

Profissional de saúde da equipe Covid descreve as agruras e exaustão nesta pandemia

O médico Guilherme Dorneles Zinelli está atuando na linha de frente da Covid-19, da Santa Casa de Alegrete, até o início do próximo mês(gripário e hospital de campanha). Ele é filho de uma uma família tradicional aqui da cidade. O alegretense falou com a reportagem sobre a experiência deste período em um momento que o desafio é ainda maior para todos os profissionais na área da saúde. Um vírus invisível que transformou a vida da população mundial, também, desafia a todos pela incansável dedicação que exige de cada um. Muitos profissionais da saúde passam horas a fio sem nem ao menos irem ao banheiro pela demanda e cuidados em relação à linha de frente do novo coronavírus.

O médico ressalta que a pandemia, em Alegrete, é uma situação grave. Que é preciso ter consciência que os pacientes estão chegando cada vez mais graves e é bem possível um colapso na saúde. O número de pacientes que se apresentam suspeitos, assim como aqueles com resultado positivo também estão cada vez maiores. Ainda não há, no momento, nenhum medicamento com evidência científica robusta comprovado e disponível para a população. Muitos óbitos, com certeza, irão ocorrer.” Eu estou já há um ano na linha de frente e aprendi a lição de perto, não quero que ninguém perca um familiar ou a própria vida e diga, futuramente, eu escutei e poderia ter ficado em casa ou me cuidado mais. A mudança é agora. Precisamos evoluir espiritualmente como pessoas e estamos vivenciando um momento de mudanças que devem partir de nós mesmos”- definiu o médico.

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No próximo mês, Guilherme vai dar início a mais uma importante etapa na carreira profissional, ele vai começar a especialização em infectologia. O médico só precisa decidir qual hospital escola vai optar pela residência, pois foi aprovado em dois lugares diferentes.

O alegretense destaca que a paixão pela medicina vem desde a infância, sempre disse que seria médico e a vontade foi, cada vez mais, ganhando força com o decorrer dos anos. Ele se formou em Medicina na Universidade do Planalto Catarinense, em Lages, SC, no ano de 2020. A faculdade tem o período de duração de seis anos e durante o 4º ano de curso já decidi ser Infectologista.

“Tenho por objetivo atender pacientes com HIV/AIDS como preferência assim como outras doenças infectocontagiosas, incluindo doenças tropicais e as novas doenças emergentes. Estou, ainda, tomando a decisão por qual hospital escola vou optar pela residência, fui aprovado em dois lugares diferentes. Conforme disse, minha opção pela infectologia vem do passado, tenho paixão pela microbiologia clínica e imunologia, não foi a pandemia que fez eu escolher a especialidade”- explicou, pois a reportagem questionou se à Covid-19 teria o influenciado na decisão da especialização.