Mudanças no 19 de abril: data tem nova nomenclatura, “Dia dos Povos Indígenas”

2023 é o primeiro ano com a nova terminologia; data acende alerta sobre o protagonismo dos povos originários.

É bastante comum e faz parte da memória afetiva de muitas pessoas as ações escolares no Dia dos povos Indígenas, 19 de abril, as atividades mais comuns são entoar canções, ouvir lendas e contações de histórias, confeccionar roupas típicas e pintar o rosto. Infelizmente, a maioria das atividades voltadas aos indígenas ocorre somente em abril, o que fomenta a cultura do esquecimento em relação a esses povos, porém é preciso lembrar que eles são relevantes para a construção de nossa identidade.

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A data foi instituída há 80 anos pelo então presidente Getúlio Vargas, com a denominação “Dia do Índio”, contudo, em 2022, o nome da data foi alterado para Dia dos Povos Indígenas. Esta mudança ocorreu em virtude da palavra índio, que acaba negligenciando outros grupos indígenas, que possuem sua própria cultura. A denominação Povos Indígenas, por outro lado, abarca os objetivos da comemoração, valoriza a diversidade e cultura dos povos indígenas, rompe com antigos preconceitos e estereótipos, promove estratégias contra a violência, entre outras ações.


Cabe realçar que existem indígenas de destaque no cenário acadêmico e cultural, como Daniel Munduruku, que é escritor (com mais de 56 livros publicados), graduado em Filosofia, professor licenciado em História, bacharel em Psicologia, tem mestrado e doutorado em Educação pela Universidade de São Paulo (USP), é pós-doutor em Linguística. Joênia Wapichana, primeira advogada indígena do Brasil, pela Universidade Federal de Roraima (UFRR), trabalhou no conselho indígena de Roraima, recebeu o Prêmio de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU).

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O professor estadual Alex Alves Barboza, licenciado em História, pós-graduado em História, Geografia e Ensino Religioso, que trabalha questões étnico-raciais em suas aulas, sempre motivando a reflexão para além dos conteúdos da sala de aula. Ele frisa que a terra em que vivemos foi propriedade durante muitos anos dos indígenas, que hoje detém somente 3% do território nacional, além de sofrerem genocídio por parte de quem deveria defende-los. É necessário que se tenha o conhecimento de que a terra pertence aos indígenas e que é essencial aprender e respeitar sua cultura para reconhecer sua própria identidade, finaliza Alex.

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