Nabhir deixou miséria e desesperança na Venezuela e quer recomeçar a vida em Alegrete

Nabhir Blanco de 19 anos, está em Alegrete desde a última segunda-feira. Ele disse que saiu do seu País pois não suportava mais passar fome e ver a sua família na miséria.

A crise política, econômica e humanitária que atingiu a Venezuela fez com que sua população procurasse refúgio em nações vizinhas.

Um dos fatores associados à atual conjuntura na Venezuela está diretamente ligado com a desvalorização do petróleo no mercado internacional, o que aconteceu a partir de 2014. As reservas de petróleo foram descobertas na Venezuela no começo do século XX e, desde então, tornaram-se a principal fonte de riqueza do país sul-americano.

Com tanta miséria e desespero, Nabhir saiu do país em busca de uma nova oportunidade.  Ao falar com a reportagem, o venezuelano emocionado disse que chegou em Alegrete através de caronas. Esteve em Roraima, Manaus e outros estados. Tudo o que deseja é uma oportunidade.

Nos dois últimos dias pessoas e condutores que passaram pela sinaleira das ruas Barão do Cerro Largo com Andradas perceberam a presença de um jovem com um cartaz.

O pedido é por uma vaga de emprego uma oportunidade em que possa pelo menos conseguir o mínimo para se alimentar.  Mas ao falar com a reportagem, comentou que deixou para trás a família,  pai, mãe,  esposa e um filho de dois meses. “Trabalhamos o mês inteiro para receber um salário mínimo que é o equivalente a 3 dólares. Mesmo sem ter que pagar água e luz, não há condições de nada. Muitas noites passei sem comer, assim como meus pais, minha esposa. Eu e meus irmãos saímos pelo mundo em busca de um trabalho digno e reconstruir nossas vidas. Trazer nossa família, dar a eles a chance de não morrerem de fome. Fralda é um luxo absurdo, algo que não consigo oferecer ao meu filho, pois tudo que conseguir é para comida” – disse o jovem.

Na tarde de ontem(25), ele disse que tinha almoçado e iria ficar na cidade por uma semana na esperança de encontrar aqui, o que tanto busca, um trabalho, para que desta forma possa recomeçar.

Até o momento,  o que ele tinha arrecadado na sinaleira não era o suficiente para o jantar.

Quem puder auxiliar de alguma forma pode entrar em contato através do telefone  (95)991754772. O aparelho ele ganhou para conseguir alguma comunicação com a família que ainda está na Venezuela,  a esposa, o filho e o pai. Os demais, todos saíram em busca de uma nova oportunidade e, principalmente fugiram da miséria que o país se encontra.

Na última semana,  o venezuelano estava em Uruguaiana.

Flaviane Antolini Favero