Nas estradas do Mercosul, caminhoneiro alegretense descreve solidão e saudade

Ser caminhoneiro é viver o dia a dia na estrada, levando e transportando cargas que farão parte da vida das pessoas.

É uma profissão super importante que merece respeito. Ser caminhoneiro é partilhar de um estilo de vida, viajar por diversos lugares, conhecer novas culturas, apreciar belas paisagens e conhecer muitas pessoas.

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A rotina do caminhoneiro é cansativa e inclui muitas horas sentado ao volante, em uma mesma posição. A alimentação nas paradas de beira de estrada costumam ser muito gordurosas, com muita fritura, e tudo isso vai afetando ao longo do tempo a saúde do profissional, mas isso tudo sempre é feito com muito amor e dedicação, eles são essenciais para a continuidade econômica, fazem um serviço nobre para as pessoas que são diretamente influenciadas pelo seu trabalho.

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Um dos motoristas que vive na estrada, é o alegretense Luiz Evandro Corrêa Antunes, 35 anos, que mandou mensagens para o PAT e narrou um pouco da sua vida.

Ele acrescenta que acompanha diariamente as informações através do site Alegrete Tudo e de várias histórias, muitas que fizeram parte da sessão Saudade do Alegrete, Luiz, pondera que a necessidade de sair de Alegrete, na maioria das vezes é pelas oportunidades de trabalho longe do baita Chão e também a falta e/ou a pouca valorização em alguns casos.

Ele pontua isso, pois, embora ainda resida aqui, a maior parte da sua vida é pelas estradas, a empresa que atua não é da cidade e faz todos os países do Mercosul e Chile.

“Eu precisei sair de Alegrete, para trabalhar no que amo e ter condições de sustentar minha família, assim, muito alegretenses também precisaram tomar essa decisão. São muitos que encontro por esses postos e estradas “- argumenta.

Na empresa que ele trabalha, são mais ou menos 30 caminhoneiros somente de Alegrete. Entre os caminhões, ele fala de um que tem o custo de quase 1 milhão de reais.

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Ele cita que as empresas  estão numa busca muito grande por motoristas, acredita que o exame Toxicológico tirou muitos caminhoneiros das estradas, no seu ponto de vista, essa medida é muito positiva.

Porém, nesta semana, encontrei um amigo que saiu de Alegrete para Passo Fundo porque quando foi pedir emprego na cidade disseram que ele não tinha experiência e precisavam de uma pessoa mais qualificada para dirigir – isso é triste, pois nem deram a ele a oportunidade.

A empresa que trabalho buscou no sine em Alegrete, Santiago, Santa Maria e mais algumas cidades, por motoristas”- explica.

Luiz ressalta que, na pandemia jamais pararam e quem faz Mercosul, tem que fazer exame PCR para testar a Covid-19, pelo menos uma vez por semana.

Hoje, o salário médio de um motorista em Alegrete é em torno de R$ 2.500,00. Mas quem sai da cidade ganha mais, dependendo da operação, podendo ser esta como funcionário  CLT, ou comissão.

Atualmente, Luiz está em Concórdia na Argentina, fica 260 km de Uruguaiana. Lá encontrou com muitos motoristas de Alegrete que trabalham para o Pirija, mesma empresa que atua.

“É sofrido pela solidão de viajar sozinho, algumas empresas não permitem levar a família, é triste por estarmos longe, mas satisfatório por saber que a família esta bem e não vai faltar o pão na mesa” – comenta.

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Luiz realiza o transporte de cargas variadas, alimentos, vinhos do chile, uva passa, arroz para São Paulo, madeira para construção na Argentina, entre outros.

Durante o trajeto, nas estradas que desbrava, ele realiza alguns registros fotográficos. São montanhas, algumas com neve dependendo do período do ano, dos Caracóis, mais 30 curvas nas cordilheiras, algumas imagens esculpidas nas rochas pelos incas e vários outros registros, acompanhe:

Flaviane Antolini Favero

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