Por rede social, médico orienta população sobre dúvidas frequentes da Covid

O amor à profissão. Que os médicos tem uma das profissões mais bonitas, não é segredo para ninguém.

Ajudar alguém a se recuperar de uma lesão, curar uma doença grave e estender o tempo de convivência com a família e amigos são tarefas louváveis, que os médicos realizam todos os dias. As histórias da medicina são incríveis e muitos relatos tocam profundamente. 

Neste período pandêmico, os profissionais da área da saúde se emocionaram, comoveram, se desafiaram e ainda estão em constante luta contra a Covid-19 e todas as variantes, além de toda carga horário com quadros clínicos distintos, pois os demais problemas de saúde não desapareceram, eles se mantêm e também há um intenso trabalho.

O bem acontece a qualquer hora, em qualquer lugar

Mas, o que provocou essa abordagem foi o posicionamento de um dos médicos que já atendeu na linha de frente no gripário, ano passado e, neste ano, assim que essa nova onda da Covid-19- ômicron, provocou mais uma avalanche de casos positivos, novamente foi para linha de frente. Contudo, Dr Rolando Carballo, natural de Cuba, mas que já está realizando os trâmites para obter a naturalização no Brasil, por enquanto, com a residência permanente, se destacou com uma postagem em seu perfil no Facebook. Atualmente ele atua na ESF da Bento Gonçalves, antigo PAM, mas já trabalhou em várias, o maior período foi na ESF Vera Cruz.

Ele que atende nas Estratégias de Família do Município e também, no gripário, se colocou à disposição para tirar dúvidas sobre essa nova tsunami que ocorreu e ainda está ativa no Município e também em vários outros Estados.

A iniciativa foi muito positiva e, em pouco tempo, cerca de um dia a publicação já estava com 555 curtidas, 135 comentários e 44 compartilhamentos.

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Ao ser questionado sobre o motivo que o levou a fazer a publicação, como ele mesmo salientou, não será em hipótese alguma uma consulta, mas dúvidas que percebeu que estavam muito frequente e as pessoas estavam “perdidas”, respondeu: “olha minha noiva está grávida, a gente estava organizando o chá de revelação de nosso bebê, em um restaurante, o Bistrô e, sempre que começávamos a falar sobre o período(covid-ômicron), alguém da família ou pessoas conhecidas minhas, amigas e colegas da faculdade dela, perguntavam sobre alguma dúvida. Pela situação epidemiológica a gente decidiu suspender o chá, e aí eu pensei o quanto “angustiante” deve ser para as pessoas que, por exemplo, não tenham algum tipo de “vínculo” com um médico ou profissional da saúde para tirarem suas dúvidas.

Naquela mesma tarde, eu falei com ela e decidi colocar no Facebook que as pessoas tivessem dúvidas sobre Covid – 19 poderiam enviar seus questionamentos através do messenger. A repercussão foi muito grande”- acrescentou.

Por coincidência, uma leitora também, havia feito essa mesma observação sobre essa nova fase. Com muitas situações diferentes, sintomas, período de isolamento entre outros.

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Entre os questionamentos alguns exemplos.

1: Após ser realizado o teste rápido em farmácias ou laboratórios, como o positivado tem que proceder?

D.R – O mais importante é uma avaliação com o clínico geral, pois podem existir várias possibilidades diferentes de conduta que dependem das comorbidades do paciente, da idade, do quadro clínico epidemiológico e também se o paciente trabalha ou não.
Por exemplo: se está positivado, mas não trabalha e tem sintomas leves ou “típicos” de Covid, ou seja, sintomas de resfriado, dor de garganta, pode ser com ou sem febre mas o paciente “se vê bem”, o que deve fazer nesse caso é manter as medidas gerais de isolamento social, lavar as mãos com frequência, manter a casa bem ventilada, tomar bastante líquido e tratamento sintomático (medicamentos comuns como paracetamol, dipirona, antipiréticos, exceto AAS- aspirina)

2 : Em caso de crianças menores de 5 anos, onde os pais estão positivados, como proceder?
D.R- Nesse caso, também, tem várias alternativas em relação se os pais trabalham ou não. Em primeiro lugar o estado “clínico” da criança, e se tem ou não alguma doença crônica ( exemplo ASMA); se a criança está assintomática ( sem sintomas) ou com sintomas leves e um bom estado geral, só medicação para dor.
Porém, se a criança não está comendo bem, não está dormindo bem, ou tem algum sinal ou sintoma que esteja “fora do normal” tem que ter acompanhamento do profissional da saúde. Ainda que um médico tenha examinado a criança e “achado” que pelo exame físico ela está bem, se os pais entenderem que não, é obrigação do profissional continuar a investigação clínica e/ou laboratorial.

3 : Quais os cuidados, alimentação e higiene? E em caso de isolamento?

D. R – No caso específico da Covid – 19 é vital:
Usar máscara em ambientes compartilhados, boa ventilação, não “dividir” objetos ou itens de uso pessoal, desinfectar áreas de uso comum, tomar muito líquido.

No caso da pessoa “isolada”, ela deve permanecer em seu quarto a maior parte possível do tempo, com a porta fechada.
Ela mesmo deve trocar sua roupa de cama, inclusive. Não é recomendável compartilhar ambientes com as pessoas “não isoladas”, assim como, não usar o mesmo sofá, e ficar no mínimo a 2 metros de distância.

Em caso de ter apenas um banheiro, deve ser bem desinfectado para ser compartilhado.

4: Quantos dias de isolamento e se é preciso refazer o teste, uma vez que as pessoas estão confundindo o exame IGG com IGM?

D.R – De forma geral se dividem em : testes rápidos( hisopado nasal) e testes laboratoriais ( sangue). Os testes rápidos “teoricamente” devem ser feito a partir do quinto dia de início dos sintomas e até o oitavo dia. O mais recomendável e padrão ouro é o RT-PCR, feito no tempo certo. E, após o período de isolamento determinado pelo médico, conforme a nova determinação da Secretaria da Saúde (SES), não é preciso refazer o teste.

5: Como fazer com o lixo dos positivados para não expor nossos garis e coletadores em risco de contaminação?

Neste caso, o médico acrescenta que há uma grande quantidade de pessoas assintomáticas, portanto, embora haja um cuidado maior e que pode ser feito com identificação, para que eles possam ter ainda mais cuidado, a regra é que os trabalhadores estejam sempre com todos os EPIs.

Para finalizar, Dr Rolando pontua que a diferença fundamental do ano passado para esta nova onda é sem duvida alguma, a vacinação. “Graças a ela(vacina), o número de pacientes com formas graves da covid-19 diminuiu drasticamente. No Rio grande do Sul, como vários Estados do país tem a transmissão comunitária de ômicron, ou seja, que já o contágio esta acontecendo entre pessoas no mesmo território gaúcho, sem histórico de viagem ou sem que seja possível definir a “origem da transmissão”.

A população deve ficar atenta, várias medidas que são “comuns” para covid-19 também como:

  1. lavar ou higienizar as mãos frequentemente
  2. uso de mascara sempre
  3. não tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos”sujas”
  4. evitar aglomerações e manter uma distância de no mínimo 2 metros entre as pessoas
  5. ao tossir ou espirrar, cobrir a boca com o antebraço
  6. qualquer sintoma, consultar com clínico geral

Na minha visão pessoal, acredito que no mínimo entre 8 e 12 semanas a tendência é que se mantenha essa situação atual, logo devem começar a diminuir os casos. Quanto aos pacientes que estão hospitalizados, o quadro pode sim, agravar dependendo do “momento” do diagnóstico, das comorbidades e de seu estado clínico geral.