Produtora rural usa máquina para levar água que resta na barragem até à lavoura

Para conseguir com que a água que ainda resta na barragem na propriedade da produtora Fátima Marchezan, ela precisou de uma máquina.

Máquina abrindo terá para que água chegue a lavoura
Máquina abrindo terá para que água chegue a lavoura

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Explica que é usado um martelete rompedor acoplado a uma retroescavadeira de porte maior, comumente utilizado para trabalhos de escavação e demolição, renovação de edificações e em pedreiras. Diz que como muitos solos nossos são rasos e já tem pedra depois de 50 cm de profundidade, é preciso romper a pedra com esse equipamento para poder afundar o valo que permita a água restante da barragem chegar na bomba de captação.

O custo da hora de trabalho dessa máquina é caro, assim como o seu transporte que custa de R$ 11,00 a R$ 16,00 o quilômetro rodado, informou a produtora.
A previsão é de que a La Niña se estenda até maio e com isso aumente a preocupação dos produtores, porque logo vem o inverno e não serão só os agricultores que serão prejudicados, mas também os pecuaristas, porque como vão fazer pastagem de inverno sem umidade no solo? As barragens costumam encher com as chuvas de inverno e primavera.

Sai R$ 450,00 a hora de trabalho da máquina com o martelete e, às vezes, ficam de 1 a 2 dias trabalhando, disse a produtora.

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Especialistas de mercado, órgãos oficiais do governo e entidades já afirmam que a lavoura arrozeira já amarga 12% de perdas consolidadas pela falta de água na irrigação. Alguns afirmam que mais 15% das áreas estão com risco de perda por abandono pelo mesmo motivo. Até agora são estimadas cerca de 850 mil toneladas de arroz a menos, informou a presidente da Associação dos Arrozeiros Fatima Marchezan.

Eu arisco dizer que chegaremos muito perto de um milhão de toneladas quando tivermos os resultados do calor excessivo no período da reprodutivo da planta, isso porque o primórdio floral dentro da planta sofre um efeito panela de pressão: umidade e calor em excesso, o que resulta em abortamento das estruturas reprodutivas e não formação do grão.

Considerando que a maioria ainda tem pelo menos mais uma semana até começar a colher, o panorama não é nada bom para o bolso dos produtores e para as economias dos municípios que tem grande parte do seu PIB engordado pelos elos da cadeia produtiva. Não apenas os cofres da Prefeitura e do Estado serão afetados, o comercio local, a oferta de empregos e o bolso dos consumidores também irão sentir os efeitos da estiagem.
Mais de 75% da água usada na irrigação vêm das barragens particulares dentro das propriedades rurais. Muitos produtores estão nos “estertores” de captação da água para salvar a lavoura, adentrando valos com a bomba de captação até o nível mais baixo da barragem.

Alegrete está em estado de emergência devido a estiagem desde o mês de dezembro passado. E os prejuízos são grandes na produção de soja, milho, arroz, hortifrutigranjeiros e pecuária.

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