Produtores gaúchos vão continuar mobilizados, já que a prorrogação do custeio não dá fôlego suficiente aos agricultores

O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou a Resolução nº 5.220/2025 em reunião extraordinária.

O texto autoriza a prorrogação, por até três anos, das dívidas de custeio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e do Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp), com limite de R$ 90 mil por produtor.

Clique aqui para receber as notícias do PAT pelo Canal do WhatsApp

A renegociação está limitada a 8% do saldo das parcelas das operações de custeio contratadas com equalização de encargos financeiros pelo Tesouro Nacional, em cada instituição financeira, com vencimento previsto para este ano.

Clique aqui para receber as notícias do PAT pelo Canal do WhatsApp

Mesmo com essa decisão, os produtores gaúchos seguem mobilizados. Eles afirmam que há previsão de uma nova seca na próxima safra e consideram que essa medida representa um repasse de responsabilidade do governo para os bancos. Segundo Bruno Borjão, os bancos é que vão definir os juros “como bem entenderem”.

Para que tenham fôlego para seguir produzindo, após mais de cinco anos de prejuízos consecutivos, os produtores reivindicam dois anos de carência e dez anos para quitar as dívidas com os bancos, de forma a garantir condições para o novo plantio.

Borjão lembra que, no Rio Grande do Sul, além dos produtores de soja, também há agricultores de arroz, tabaco e milho que enfrentaram, juntos, a maior catástrofe climática da história do Estado, em maio de 2024, seguida por uma nova seca no final do mesmo ano.

A SITUAÇÃO

Borjão apresentou dados preocupantes: desde o início da mobilização por securitização das dívidas, há mais de um ano, 18 produtores gaúchos cometeram suicídio por não enxergarem uma saída diante das dificuldades financeiras.

Clique aqui para receber as notícias do PAT pelo Canal do WhatsApp

Em relação aos maquinários, ele explicou que muitos produtores da região foram notificados judicialmente para devolver os equipamentos. Ao adquirirem tratores que custam mais de R$ 1 milhão, os contratos preveem parcelamento em até dez anos. No entanto, com as sucessivas frustrações de safra, os pagamentos foram comprometidos.

Borjão também citou o custo do transporte como um agravante. Um caminhão saindo de Alegrete com destino ao Porto de Rio Grande, por exemplo, paga cerca de R$ 800 só em pedágios (ida e volta). Segundo ele, alguns caminhoneiros estão aderindo ao movimento em apoio aos produtores rurais.

EXPORTAÇÃO

Borjão rebate críticas de que os produtores exportam tudo e que “ninguém come soja”. Ele esclarece que o governo determina o volume que deve ser mantido como reserva nacional e que apenas o excedente é exportado.

MOBILIZAÇÃO

Em Alegrete e em outras cidades do Rio Grande do Sul, os produtores seguem mobilizados com suas máquinas nas rodovias, especialmente na BR-290. No município, a manifestação segue o sistema de siga e pare, com liberação do trânsito em intervalos.

É importante que quem estiver em deslocamento pela BR-290 fique atento à situação em cada uma das cidades ao longo da rodovia.

Se inscrever
Notificar de
guest
0 Comentários
Mais antigas
O mais novo Mais Votados
Comentários em linha
Exibir todos os comentários