Reminiscência Farrapa| Origem dos termos Chimangos e Maragatos

No cenário político turbulento do Rio Grande do Sul, o termo "Maragato" ressoa como um eco do passado.

Mas o que começou como uma conotação pejorativa, atribuída pelos legalistas aos revoltosos liderados por Gaspar Silveira Martins, tornou-se uma identidade política enraizada e respeitada pelos federalistas e seus sucessores políticos.

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A origem da alcunha remonta ao final do século XIX, quando Silveira Martins e seus seguidores, exilados no Uruguai, decidiram cruzar a fronteira e lançar uma revolta contra o governo dominante liderado por Júlio Prates de Castilhos. Como o exílio havia ocorrido em uma região do Uruguai colonizada por pessoas originárias da Maragateria, na Espanha, os republicanos rivalizaram com o termo “maragatos” para caracterizar uma identidade “estrangeira” aos federalistas.

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No entanto, com o tempo, o termo perdeu sua conotação pejorativa e transformou-se em um símbolo de orgulho para os federalistas. Os maragatos se tornaram os defensores de uma visão política alternativa, em oposição ao governo estabelecido. O lenço vermelho, usado por esses revolucionários, se tornou um emblema identificador dessa causa.

A rivalidade entre maragatos e “chimangos” também fazia parte desse período histórico. Os chimangos eram os liberais moderados, muitas vezes depreciados pelos conservadores no início da Monarquia brasileira. No Rio Grande do Sul, nos anos 1920, essa alcunha foi usada pelos federalistas para se referir aos partidários do governo do Partido Republicano Rio-Grandense (PRR). Os chimangos se identificavam com o lenço branco.

A origem do termo “chimango” também remete à fauna riograndense, já que essa ave de rapina era comum na região, semelhante ao carcará, mas de menor tamanho.

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Para compreender melhor a origem dos maragatos, é importante destacar que na província de León, na Espanha, existe uma comarca chamada Maragateria, cujos habitantes são conhecidos como maragatos. Alguns relatos descrevem essas pessoas como nômades que se dedicavam ao comércio e, às vezes, ao roubo de animais. Essa imagem negativa contribuiu para que o termo fosse associado aos revolucionários rio-grandenses.

Mesmo após mais de um século, os maragatos continuam a ser lembrados como heróis de uma revolução que buscava uma mudança política no Rio Grande do Sul. Suas ações e identidade política moldaram parte importante da história do estado, e o lenço vermelho permanece como um símbolo da luta por uma visão alternativa de governo.

O termo “Maragato” evoluiu de uma conotação pejorativa para um símbolo de resistência e identidade política. No contexto atual, essa história serve como um lembrete da importância de compreender o passado para entender o presente e moldar o futuro.

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