Morreu na tarde de ontem (9),uma das benzedeiras que, também, era considerada uma das mais antigas no Município.
Santa Lucinda Neves dos Santos, estava com 68 anos e teve um infarto. Ela estava internada na Santa Casa de Alegrete.
José Vilmar Freitas, ex-Procon e Cônsul do Inter é cidadão alegretense
Em todos os depoimentos, a descrição é de um ser iluminado. Querida por todos, zelava de forma incondicional pelos filhos. Além de ser uma pessoa sempre receptiva a todos que a procuravam, tratava como se seus filhos também fossem.
Com sua fé inabalável, trazia consigo o dom de acalmar qualquer dor através de suas benzeduras.
Ela ultrapassava as barreiras do tempo e ainda era muito procurada como alternativa para a cura de males do corpo e da alma.
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De acordo com uma das filhas, Santa era uma das poucas benzedeiras que ainda há na cidade. Ela residia no bairro Sepé Tiaraju e trazia desde guria a vocação para esse dom.
Além de nunca recusar atender quem batia à sua porta, Santa jamais cobrou ou aceitava agradecimentos, ela acrescentava que tudo era feito pela vontade de Deus e, assim, auxiliou incontáveis pessoas ao longo de suas quase sete décadas.
Viúva, tinha como “missão” a dedicação aos filhos Edna, Ariane, Ederson e Edson, além dos netos e bisnetos.
Um outro diferencial era que sua casa estava sempre cheia, com muito movimento. Pessoas de várias regiões a procuravam para se benzer.
Neste caso, qualquer um pode se benzer. Não há distinção de cor, raça ou religião. Já o principal pré-requisito para se tornar benzedor é ter fé. Não necessariamente religiosa, mas fé de que algo maior que você orienta sua ação no sentido do amor e do bem-querer. Isso tudo é para que você possa bendizer àquela pessoa que te busca em um momento de dor e sofrimento. Mas é necessário ter disponibilidade amorosa, porque uma benzedeira não oferece benzimento. A outra pessoa é quem deve pedir e, nesse momento, ela se abre para isso. As benzedeiras não podem interferir no livre-arbítrio do outro.
As últimas homenagens a Santa Lucinda Neves dos Santos, estão acontecendo na Funerária Paraíso, na rua Maximiliano Marinho. O sepultamento será às 11h, desta quinta-feira, no Cemitério Municipal.
Flaviane Antolini Favero