A manhã da última quarta-feira(17), foi emocionante para a técnica de enfermagem Deise Oliveira Parcianello que atua na área de saúde da linha da frente da Covid.
Deise não escondeu a alegria de anunciar para o funcionário que distribui as senhas para a vacinação contra a covid-19: – Minha mãe vem se vacinar hoje!
E assim que chegou, Marina de Melo Oliveira, 76 anos, que aguardou sua vez. Tal não foi a surpresa, quando a técnica de enfermagem se preparou para aplicar a 1ª dose da vacina na própria mãe.
Deise descreveu a emoção de ter o privilégio de vacinar sua mãe, Marina à reportagem do Portal de Alegrete Tudo. “Estamos vivendo um momento muito difícil, parece um cenário de guerra ver o desespero das pessoas, o medo, angústia. Vivemos o momento da pior crise sanitária que o País já passou, tá surreal o que está acontecendo”, destacou a profissional.
São quase 23 anos de profissão e ela relata que nunca tinha vivenciado um cenário como o atual. Com ar de tristeza, Deise revela que ainda têm pessoas que não acreditam no vírus, simplesmente um colapso, está faltando material, oxigênio, respiradores”, resigna-se a técnica .
Com uma demanda alta, ela atua em várias frentes na saúde. Do gripário para o hemocentro local, do atendimento no Posto de Atendimento Médico e da Estratégia de Saúde da Família. O trabalho diária acarreta uma carga emocional muito grande e stress profissional.
Deise não visita a mãe há meses, somente ligações e vídeos-chamadas em função do trabalho, tudo para proteger a genitora. Tem medo da contaminação, de levar o vírus para casa. As filhas e o esposo estão morando no interior, e ela convive com o medo de levar a doença para dentro de casa.
A profissional de enfermagem descreve com um misto de sentimentos o ato de vacinar a própria mãe. “Tive um misto de sentimentos, felicidade, esperança e emoção. Já perdemos tantas pessoas queridas, amigos, familiares, colegas para esse inimigo”, mencionou ela.
O momento foi recheado de alegria, Deise ficou louca para abraçar sua mãe, mas simulou apenas um abraço no ar, mantendo os protocolos sanitários. Dona Marina, fechou os olhos ao receber a vacina e logo em seguida elogiou o trabalho da filha. “Estou muito feliz e esperançosa que isso tudo vai passar”, destacou a idosa já imunizada.
“Eu só queria deixar um recado para todos vocês! Fique em casa. A nossa casa é muito mais confortável do que o hospital e use máscara é muito mais confortável que o tubo na garganta”, finalizou a técnica de enfermagem Deise Parcianello.
Júlio Cesar Santos Fotos: reprodução WattsApp
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