Trabalhadores da Vaucher e Nogueira lamentam o fim das atividades em Alegrete depois de 68 anos

A partir de 1 de setembro, inicia um novo ciclo no serviço de transporte coletivo em Alegrete com a entrada de uma outra empresa para realizar este serviço  no Município.

As empresas Vaucher e Nogueira, por 68 anos, realizaram este serviço em Alegrete.

E entre as duas existem colaboradores que praticamente se criaram trabalhando nestas empresas. Um é o senhor Fernando Duarte da Silva que iniciou aos 18 anos como cobrador da Nogueira. Em sua trajetória de trabalho na empresa, também, foi motorista e por último está como chefe.

Ele fala com tristeza ver uma história acabando assim.  -Foi meu primeiro emprego, tenho uma vida dedicada à empresa que foi minha segunda família. O problema do transporte coletivo não foi negligência da empresa, observa o trabalhador. Os problemas começaram bem antes, com as mudanças na economia e agora com esta pandemia desmoronou tudo, lamenta.

Fernando é um exemplo que chega aos 54 anos trabalhando,mesmo tendo se aposentado este ano por tempo de serviço,mas ainda está trabalhando.- O nosso serviço é essencial e esperamos que a outra empresa possa servir  bem a comunidade, relata.  Já em relação aos colegas que vão perder emprego, o experiente colaborador, da Nogueira, diz  que espera que possam entrar nesta outra empresa, já que conhecem as linhas e têm larga experiência.

Outro que passa pela mesma situação é o motorista da Vaucher, Eder Lucinao Gomes. Ele trabalha há 24 anos na empresa e sente a atual situação. Eder diz que desde que começaram algumas mudanças econômicas no país as empresas de transporte, não só aqui de Alegrete, começaram a sentir os prejuízos.

-O combustível nunca baixou e os usuários diminuíram e isso só acarretou mais prejuízos às empresas. Nós sempre fizemos o melhor para atender às pessoas, porque sabemos que precisam do transporte para vários fins. É triste eu e colegas com anos de empresa ver acabar assim, o trabalho de duas empresas com mais de 60 anos de história em Alegrete, destacou. Ele diz que não sabem o que vai ser de quem tem experiência no ramo, ficar sem emprego em plena pandemia.-Eu tenho uma vida nesta atividade a qual gosto muito.

Todos esperam que a empresa que vai assumir possa aproveitar a experiência de muitos trabalhadores que, por  décadas, prestaram este serviço ou como motoristas, cobradores, mecânicos das duas empresas aqui em Alegrete.