Advogados querem a justiça mais célere e dotada de melhor estrutura no Fórum de Alegrete

No próximo dia 22, os advogados de Alegrete farão uma manifestação reivindicando a tramitação mais célere dos processos, contratação de mais servidores e a nomeação de Juiz titular para a 1ª Vara Cível.

Dia do Advogado
Dia do Advogado

Semana passada, essas reivindicações foram levadas ao conhecimento do Tribunal, pela OAB local. Eles acrescentam que toda as entidades civis, sindicatos e a população estão convidados a participarem.

A manifestação será na Avenida Tiaraju, às 13h30, em frente ao Fórum da Comarca de Alegrete.

Algumas ponderações dos advogados:

Desde 2019, convivemos, advogados e clientes com greve de servidores, pandemia da Covid-19, ataque hacker nos sistemas do Tribunal de Justiça, suspensão dos trabalhos para reformas e reparos na infraestrutura do prédio, falta recorrente de servidores, treinamento insuficiente no novo Processo Eletrônico (E-proc), despachos padrões destituídos de uma realidade de empobrecimento geral e sintomático do cidadão brasileiro quando dos pedidos constitucionais de Assistência Judiciária, digitalização de processos físicos, audiências mistas ou virtuais interrompidas por falta de suporte técnico, tanto do Tribunal como de partes e advogados.

A diretriz constitucional da duração razoável do processo não pode, em hipótese alguma, ser negligenciada, sob pena de descrédito da própria justiça. Mas isso tem ocorrido – e pode piorar, basta ver o número de processos em tramitação na Comarca, mais de 20 mil, diante da impossibilidade de solução a curto prazo. Com isto sofre o advogado, que vive do seu labor, sofre o cliente que não vê seu direito assegurado com celeridade e, algumas vezes de forma injusta, acusa o profissional de negligência e imperícia.

Diante do quadro e da demora do Tribunal de Justiça em buscar soluções, embora em visita dia 04 em Alegrete sua presidente Iris Nogueira tenha dado a impressão de que tudo está bem, em verdade a advocacia clama por ações mais urgentes, sistêmicas e eficientes.

A missão delas é uma só: fazer o bem

A subseção da OAB de Alegrete por sua diretoria e por meio de seu presidente estadual, Leonardo Lamachia, não tem se limitado e reiterar requerimentos como àquele entregue a Desembargadora que visam a recomposição imediata do quadro de pessoal; a retomada de audiências presenciais, com o juiz como regra, nos termos do que estabelece a legislação processual e utilizado o meio virtual apenas quando houver consenso dos advogados das partes, sendo obrigatória a participação da magistratura na sede do Foro da Comarca; o retorno do atendimento no fórum em período integral; a criação de uma força tarefa para suprir a situação emergencial de falta de servidores em todas as Varas da Comarca em especial na Vara de Família, Sucessões e Juizado da Infância e da Juventude que tratam essencialmente do direito a vida e sobrevivência do cidadão e do Juizado de Pequenas Causas que está na UTI; revisão a despachos padrão no que diz respeito aos critérios objetivos para concessão de benefício de Gratuidade de Justiça, entre outros. Questões encaminhadas pessoalmente a nível estadual junto à Corregedoria Geral e que algumas já surtem feitos, embora ainda não perceptíveis como a lotação de novos cinco (5) serventuários já instalados em um total de nove (9); a designação da Comarca de Alegrete como área de difícil provimento, que acresce uma gratificação de 15% no soldo do servidor para atuar na Comarca; conclusão de 100% da digitalização dos processos físicos e qualificação e treinamento dos serventuários no Sistema E-proc. E pouco ainda e quase imperceptível dentro do cenário mas ações que levadas a termo vão minimizar um quadro que hoje é desesperador tanto para partes quanto para os profissionais do direito, num cenário destes sofrem também servidores, promotores, juízes. Urge que a sociedade saiba o que acontece pois o advogado também é vítima do sistema.

O papel do TJRS é vital. Mas para que o exerça, é preciso que funcione. E isso, diante da insuficiência estrutural que decorre da presente conjuntura, não lhe oferece alternativa senão a que sugerimos: requisitar, dentro do que a lei lhe faculta, todos os recursos humanos disponíveis da magistratura, para que atenda à demanda que aí está. A hora é da (e de) Justiça.

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