Alegretense é a única mulher a superar os 40km no Desafio Trinacional

No último fim de semana, sob um sol impiedoso, a alegretense Rosa Maria Costa Kreutz, de 35 anos, protagonizou um feito notável ao completar os desafiadores 40km da Travessia Trinacional em um caiaque single. Ao enfrentar as águas do rio Uruguai, ela se tornou a única mulher a superar esse trajeto.

Em uma entrevista exclusiva com a reportagem do PAT, Rosa compartilhou detalhes de sua jornada desde os primeiros dias no caiaque até a conquista dos 40km. Praticando o esporte desde 2018, quando adquiriu caiaques com seu esposo, Diego Kreutz, o casal começou com remadas em barragens e tradicionais descidas pelos rios Caverá e Ibirapuitã. No entanto, ela sempre enfrentou a falta de representatividade feminina nos grupos de caiaque da cidade.

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Antes da Travessia Trinacional, seu maior desafio havia sido percorrer 32km, um feito que também teve seus momentos tensos. Recordando uma situação em que o vento se virou contra eles, a atleta menciona ter recorrido ao treinamento de Muay Thai, outro esporte que pratica. O condicionamento físico e as técnicas de respiração do Muay Thai foram cruciais, especialmente nos momentos em que o corpo clama por descanso.

A Travessia Trinacional, que teve início às 13h de sábado sob o intenso sol, testou os limites físicos e mentais de Rosa e de outros participantes. O calor escaldante, a ausência de nuvens e a falta de vento tornaram o trajeto ainda mais desafiador. Enquanto muitos eram rebocados por lanchas, ela escolheu perseverar, mesmo diante da exaustão e da dor. Sua motivação pessoal para superar os 40km foi reforçada quando soube que poucos haviam completado o percurso devido às condições climáticas adversas.

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“Eu só pensava que precisava concluir, tentava desfrutar da jornada para aliviar o cansaço, esquecer do calor intenso e distrair as dores do corpo com música. Com o apoio dos companheiros de remada, deu certo no primeiro dia”, compartilha.

O segundo dia da travessia, marcado pela previsão de chuva e o cansaço acumulado, exigiu ainda mais determinação. Remando contra a correnteza por 6km, Rosa e sua equipe decidiram sair mais cedo do que o programado. O preparo físico adquirido através de diversas atividades físicas, uma alimentação adequada e a ingestão constante de água foram determinantes para a continuidade da jornada.

“O que mais ajudou foi trabalhar a mente. Às vezes, podemos mais do que imaginamos, e precisamos dizer isso para nosso corpo. Esse tipo de atividade que gera desconforto ajuda a treinar o cérebro para resolver problemas no dia a dia e suportar situações de desconforto com sabedoria, aumentando nossa resiliência para a vida”, destaca Rosa.

Além de compartilhar sua experiência, a atleta oferece dicas valiosas para quem deseja iniciar no caiaque, enfatizando a importância de iniciar com remadas curtas, usar equipamentos de segurança como coletes salva-vidas, sempre conferir a previsão do tempo e nunca remar sozinho, optando por companhia experiente.

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