Alegretense, que foi morador de rua de SP, hoje é cidadão paulistano e inspira pessoas com sua ONG

Uma história que ganhou uma grande visibilidade nesta semana, depois de um vídeo no Instagram destacar a trajetória de um alegretense, ex-fazendeiro que chegou em São Paulo cerca de 30 anos atrás e devido a um sequestro e roubo de tudo que tinha com ele, foi parar na rua e por lá ficou durante seis anos.

Uma história que ganhou uma grande visibilidade nesta semana, depois de um vídeo no Instagram destacar a trajetória de um alegretense, ex-fazendeiro que chegou em São Paulo cerca de 30 anos atrás e devido a um sequestro e roubo de tudo que tinha com ele, foi parar na rua e por lá ficou durante seis anos.

O relato de Robson César Correia de Mendonça, hoje com 70 anos foi feito ao fotógrafo e psicólogo Brian Baldrati. O profissional tem um projeto em que ao fotografar pessoas pelo mundo, também ouve a história delas. Dentre os emocionantes registros, está o do alegretense que ganhou grande notoriedade entre os conterrâneos. O PAT falou com Brian que autorizou o uso do material.

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Em sua publicação ele citou: conheci o seu Robson no centro de São Paulo, um gaúcho que foi tentar a vida na cidade. Passou 6 anos morando na rua e atualmente trabalha com diversos projetos sociais e tem inspirado muitas pessoas a buscar novos caminhos de vida. Para conhecer mais é só dar uma olhada no @movimentoestadualdapopderua.

No vídeo, Robson descreve que ao chegar em São Paulo foi sequestrado e roubado. Sem nada, virou morador de rua e confessa que tinha muito preconceito, pois quando era fazendeiro, tinha a concepção que essa população era marginalizada, que eram todos “vagabundos”, drogados, entre outros. Mas depois de seis anos, conseguiu sair da situação e resolveu fundar o Movimento Estadual da População em Situação de Rua (MEPSR-SP), que preside até os dias atuais. Com um trabalho grandioso e reconhecido em São Paulo, o alegretense já recebeu inúmeras homenagens, entre elas o Título de Cidadão Paulistano.

“Felicidade pra mim e quando vejo a felicidade nas outras pessoas” – diz o alegretense.

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Pelas imagens e descrições, Robson que mantém o bigode, um traço bem cultural do Sul, tem o aspecto de ser um avô bonachão, mas diante de todas as informações apuradas pelo PAT ele tem uma imagem muito superior daqueles que o chamam de pai, bigode ou defensor.

A empatia, na sua essência, foi exercitada no centro de Alegrete

Presidente da associação, reconhecida como ONG em 2010, focada na inclusão social de moradores de rua, com serviço de emissão de documentos e indicações de cursos gratuitos, empregos e tratamentos médicos. Ele já realizou muitas ações em prol da população em vulnerabilidade, inclusive se acorrentar em frente à Câmara de Vereadores de São Paulo quando à época em 2021 a prefeitura planejava reduzir os pontos e refeições do Cozinha Cidadã. Os cortes já aconteciam há um mês, sob a ameaça de extinção total. Devido ao ato extremo, com o anúncio de uma greve de fome, o seu desespero foi ouvido e o programa mantido, conforme uma reportagem do TAB.

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Em várias abordagens também destaca-se que o movimento em que o alegretense é o grande mentor tem um foco na cultura. Por esse motivo criou as biciclotecas, que são bikes itinerantes que distribuem livros à população em situação de rua. A ideia veio de quando o próprio alegretense residia na rua. Precisava escrever um ofício e sentiu dificuldade. Tentou ler mais, mas, sem residência fixa, não conseguia usufruir das bibliotecas municipais e pontuou que seu livro favorito é “A Revolução dos Bichos”, de George Orwell.

Diante da postagem, muitos alegretenses publicaram mensagens destacando o orgulho em ter um alegretense destemido que é sinônimo de conquista, Fé e constância. O PAT entrou em contato com Robson, mas até o momento da postagem, não obteve retorno.

Um pouco mais sobre o fotógrafo que fez a entrevista que viralizou:

Brian iniciou no mundo da fotografia em 2012, quando fez seu primeiro mochilão para a Ásia. Depois dessa viagem, não ficou mais nenhum dia sem falar sobre fotografia. Foi gostando cada vez mais, aprimorando seu olhar e as técnicas e hoje vive dessa arte tão incrível!

Ele pontua que a faculdade de psicologia agregou muito na sua vida porque estudou absolutamente tudo sobre o ser humano, trabalhou com RH, consultorias e isso trouxe um olhar que reflete em seu trabalho também, para ele a fotografia é poder de expressão.

“Cada um tem uma forma de expressar seus sentimentos, eu encontrei a minha na fotografia. A câmera me aproxima das pessoas, é uma ferramenta que me dá liberdade e flexibilidade, tanto no olhar, na edição, como também em relação à vida.

Tudo o que vivi carrego comigo. As pessoas, as culturas e as diferentes realidades me fizeram apreciar mais a vida, reclamar menos e entender que cada experiência é única. Já visitei mais de 60 países buscando retratar o melhor olhar, e sempre compartilhando as experiências nas minhas redes sociais.

Meu objetivo é levar a fotografia para o maior número de pessoas que eu puder – online e offline”- descreve. No link, a vida sob o olhar de Brian https://isthisreal.com.br/

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