A alegretense, que residia em Dublin, na Irlanda, há alguns anos, voltou ao Brasil em junho deste ano após uma ausência de quatro anos. Sua vinda estava relacionada à conclusão de um inventário da herança deixada por seu pai, falecido em 2020. No entanto, o advogado responsável pelo processo revelou que a herança pode não ter sido o único motivo para a tragédia.
Rafael Hundertmark Oliveira, advogado que representava Priscila há mais de três anos, confirmou que ela tinha desafetos com alguns integrantes da família. Contudo, a enfermeira tinha uma relação tranquila com a irmã e sempre fez questão de que o processo de inventário fosse transparente e que a ela fosse contemplada. Segundo o advogado, nunca houve ódio na relação das irmãs.
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Além do inventário, Priscila havia entrado com uma ação judicial contra um parente relacionada a uma cobrança envolvendo a venda de um imóvel. No entanto, o processo ainda estava em fase inicial.
O corpo da enfermeira foi encontrado , e uma perícia indicou que ela foi vítima de estrangulamento e apresentava lesões causadas por espancamento. A polícia civil investiga se a herança deixada pelo pai pode ter sido um dos motivos para o crime.
Priscila era descrita pelos amigos do exterior que entraram em contato com o PAT, como uma pessoa batalhadora, generosa e muito querida. Sua personalidade encantava a todos com sua ingenuidade, bondade e sorriso cativante.
Nascida em Alegrete no dia 6 de setembro de 1982, ela era filha única de Maria Madalena, que faleceu em 2009, e Ildo Leonardi, que faleceu em 2020. Priscila não tinha uma relação próxima com a família paterna devido à separação dos pais quando ela era criança. Formada em enfermagem pela Universidade Franciscana (UFN), ela decidiu mudar-se para a Irlanda em 2019 para aprimorar seu inglês e se especializar na carreira de enfermagem.
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Amigos próximos de Priscila estão espalhados em diferentes partes do mundo, incluindo Portugal, Holanda e outros estados do Brasil. Todos estão em choque diante da perda trágica da pessoa singular, que deixou um legado imenso e marcas positivas na vida de cada um deles – citam.
O desaparecimento de Priscila foi registrado em 19 de junho, e seu corpo foi enterrado no Cemitério Municipal da cidade de Alegrete nesta sexta-feira (7). A polícia iniciou as investigações após o registro feito por primos da vítima. O corpo foi encontrado em uma área de difícil acesso nas margens do Rio Ibirapuitã, e a polícia está determinada a descobrir como o corpo foi parar lá.
Enquanto amigos e familiares lidam com a dor, a perplexidade e a consternação da perda de Priscila, eles também lutam por respostas e buscam justiça. “Essa mulher de coração bondoso e generoso jamais será esquecida por aqueles que a amavam. Que as investigações possam trazer à tona a verdade e que Priscila possa descansar em paz, sabendo que seus entes queridos estão unidos em busca da verdade e da justiça que ela merece”- destacam.
Ainda bem que, pelo que diz a delegada, Alegrete tem ótimos investigadores, então deverão elucidar rapidamente esse homicídio brutal executado a 20 dias, sem qualquer resposta à sociedade. Que não cheguem à conclusão de suicídio, como em um feminicídio ocorrido ano passado em Alegrete, que teve de ter intervenção do MP para desvendá-lo.