Artistas de Alegrete lamentam que o município ficou sem recursos do auxílio emergencial

"Sabemos que ainda poderá haver recursos, mas dependerá da desistência de outros municípios já habilitados abrirem mão deste recurso".

Um grupo de artistas de Alegrete lamenta que o município tenha sido inabilitado para receber o auxílio emergencial para os artistas locais.

O edital que abriu dia 1º de julho, encerra no próximo dia 15, e asseguraria o valor para aquelas cidades que se cadastrassem primeiro do montante disponibilizado.

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O grupo de artistas afirma que somente há duas semanas o município fez o cadastro, sabendo-se, desde o início, que o recurso seria distribuído aos municípios por ordem de cadastramento, ou seja, primeiros municípios cadastrados receberiam o aporte total, e a cada novo cadastramento, o valor total ia sendo subtraído.

Assim, tardiamente, se inscreveu, ficando de fora do aporte repassado pela SEDAC/RS – Secretaria de Estado da Cultura do Rio Grande do Sul, relatam os artistas

Outro fato que chamou a atenção do grupo, refere-se ao edital aberto aos educadores físicos, e este foi habilitado em tempo hábil, então fica a dúvida, se o processo é o mesmo, porque uma classe consegue e a outra não, sendo o mesmo processo, e feito pela mesma secretaria, questionam.

Edital para habilitar contemplados
Edital para habilitar contemplados

A pandemia desnudou inúmeras cenas dramáticas e escancarou a desigualdade. Existem artistas passando sérias dificuldades, inclusive para se alimentar, por isto, o grupo alega que sente a falta de organização do processo gestor ocorrido neste cadastramento do município.

O Grupo de Artistas alegretenses, entre músicos, atores, atrizes, técnicos, ativistas culturais, produtores e demais pessoas ligadas a arte, realizaram uma reunião no dia 4 de agosto de 2021, com a secretária de educação e o diretor geral de educação, para tratar sobre o processo, ressaltando a preocupação com o prazo para habilitação.

A prefeitura no entanto, respondeu ao grupo que tudo estava sendo feito, apesar da falta de funcionários para a execução do processo, foram citados detalhes de busca de informações, adequações, enfim, várias dificuldades, onde mais uma vez chamou a atenção dos artistas, que o mesmo ocorria com os educadores físicos, e este segmento foi habilitado.

“Não cabe a nós julgarmos as inabilidades administrativas e processos burocráticos de um governo, mas sim, não sermos os prejudicados por esta ações, principalmente por acreditarmos, que a gestão da cultura deve ser feita e vivenciada conjuntamente com os artistas locais. Lembramos do processo anterior, referente a Lei Aldir Blanc, em que a classe artística manteve-se junto a pessoa encarregada do processo licitatório, para que todas as demandas fossem realizadas em tempo hábil, o que não foi fácil, pois delegou madrugadas de trabalho voluntário de ativistas culturais. Sendo assim, pensávamos que todo o ocorrido tivesse provocado um aprendizado e um acato futuro de metodologia de trabalho para novos editais culturais, mas não, ficou no descaso ou na falta de processo administrativo”, destacou um dos integrantes do grupo.

O grupo reitera que quem perde, são os artistas que já vem sofrendo desde o início da pandemia, mas também toda a comunidade. “Vivemos numa sociedade onde um elo leva a outro, e assim gira a economia local e global. Lamentamos sim, tristemente, e muito decepcionados, por nunca sermos chamados para um diálogo com a Diretoria de Cultura, nunca sequer sermos mencionados, ou ouvidos sobre as atividades culturais do município, e neste momento crítico de economia e pandeia, deixa-nos fora deste essencial recurso financeiro”, protesta o grupo.

“Sabemos que ainda poderá haver recursos, mas dependerá da desistência de outros municípios já habilitados abrirem mão deste recurso, que percebemos ser uma situação quase inexistente neste momento de caos econômico vivido”, explica um integrante do grupo.

“Deixamos tristemente o nosso relato público do ocorrido, mais uma vez afetando o segmento cultural, já tão massacrado por parte do governo federal. Alegrete é berço de grandes nomes da cultura e não gostaríamos que esta condição ficasse no passado, mas sim continuamente revivido e celebrado com louvor e mérito real. Solicitamos mais uma vez a atenção e lamentamos que a classe acabe sofrendo perdas com estes entraves, principalmente a tudo que possa trazer recursos para o município. E agora Diretoria de Cultura, que ação de gestão cultural será feito em prol de nossa classe? Ou seguiremos sendo esquecidos?”, protestou o grupo.

A reportagem entrou em contato com a secretária Angela Vieiro, que frisou que o município não foi inabilitado, pelo contrário foi tudo cadastrado. O que ocorreu segundo ela, foi que quando enviado a documentação, outros municípios já haviam sido contemplados com o valor.

No entanto, a secretária destaca que vai reunir a equipe para além de pleitear recursos ver uma forma de ajudar a classe de artistas do município.

Foto: Alex Lopes

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PEDRO LUIS AURÉLIO DORNELES

Estou sempre alertando a todas as classes de eventos, e correndo atrás….mas infelizmente a classe é desunida. Temos uma turma de minoria está sempre sevatualizando das informações, mas a grande maioria espera só pelo pão quente.