As sequelas, as dores no corpo e na alma, são algumas heranças da Covid

Não apenas o Rio Grande do Sul que está 100% na bandeira preta, mas o Brasil enfrenta o pior momento desde o início da pandemia, com base na alta das taxas de ocupação de leitos do país. A informação está no novo Boletim Observatório Covid-19 divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz.

No início da pandemia, acreditava-se que o novo coronavírus afetava apenas os pulmões. Com o passar dos meses e das descobertas científicas, descobriu-se que a Covid-19 pode mexer com o coração, durante ou depois de ter sido infectado.Agora com as novas variantes outras sequelas são identificadas.

Em um período que a UTI Covid na Santa Casa de Alegrete está sem leitos e há pelo menos mais 12 pessoas no hospital de Campanha, destes, quase a maioria intubados, sem ter a chance de uma vaga em outros hospitais, o relato de uma alegretense que passou pela Covid-19, e sente na pele todos as sequelas, serve para corroborar com todas as medidas preventivas e também com os alertas realizados pelas equipes médicas. Além de toda linha de frente que atua contra a Covid-19, Estados e Municípios. O relato a seguir é de Drica Almirão, feito em seu perfil no Facebook.

Ela faz uma minuciosa descrição de como o vírus mudou sua vida. Acompanhe:

Drica começa dizendo que resolveu fazer o post, falando um pouco do que está enfrentando desde que testou positivo para Covid-19.

“Inicio dizendo que sempre me cuidei, usava e uso máscara e álcool em gel direto. Como peguei eu não sei dizer e nem onde. Apenas descobri pois fui levar meu namorado na consulta, ele estava com todos os sintomas. Chegando no hospital, acabei consultando também. Estava apenas com dor de cabeça e um pouco de tosse, por causa da mudança de temperatura. Mas pensei que a dor de cabeça era da TPM. Então, quando a Dra. me atendeu e perguntou se eu podia fazer, naquele dia, o PCR, fiquei bem tranquila, pois tinha certeza que daria negativo.

 

Mas, até sair o resultado fiquei em casa. Então, passado três dias o celular toca e, para minha surpresa, meu exame deu positivo e do meu namorado negativo. Quem entende? Ele com todos os sintomas, negativo. Bom, a partir daí, as coisas só pioraram. Comecei com o tratamento e foram dias horríveis, tensos, sentia muita dor de cabeça, no corpo, muito cansaço, muitas noites e dias sem dormir, não tinha força para levantar, não sentia cheiro de nada, perdi o paladar. Na sequência começaram os calafrios, febre, temperatura oscilando e muitas madrugadas recebendo orientações da médica”- descreveu.

Depois da narrativa de todo período que ela acreditava ser o mais crítico. Vem o relato sobre a alta médica. Algo que foi muito esperado, com a esperança que a partir dali, tudo iria voltar ao “normal”.

Drica segue. Então fui liberada do período do isolamento que foi terrível, por esse motivo, quando o dia chegou, foi um alívio. Pois eu sai do isolamento, mas segui com o tratamento. Tudo o que mais queria era voltar à minha rotina e, recebi a orientação da médica que, não era por que estava liberada do isolamento que poderia voltar com tudo. Porém, confesso que não dei ouvidos à médica, pensei nos dias difíceis e estava estressada de ficar em casa. Desta forma, a ideia era seguir com a vida, mas o pior ainda estava por vir, as dores de cabeça só pioraram, o cansaço tomou conta, falta de ar, queria muito dormir, mas não conseguia, os remédios não faziam efeito. As medicações eram trocadas e nada.  Ainda uso medicações – comenta.

E, depois desta nuance e dos prejuízos que o coronavírus trás para vida de muitos a exemplo dela, a alegretense concluiu:

“Enfim, só quem vive esse momento entende o que quero dizer, pois senti aquela angústia e o medo de não saber como o organismo iria e vai reagir. Não saber as consequências da doença. Penso muito na minha família, nos amigos que estão torcendo pela minha recuperação. Quero dizer que ainda estou em tratamento, pois contrai uma pneumonia pós Covid. Além de dizer, também, que o psicológico afeta e muito. Então, mais amor, por favor. Quem puder fique em casa! Use máscara! Sei que muitas das pessoas próximas acham uma bobagem. Mas pensem mais no próximo. Minha solidariedade, respeito a todos os profissionais que estão atuando na linha de frente. Obrigada a Dra Mary Cornejo por me acompanhar e orientar nesses longos meses. Também agradeço a Dra Simone, Dr. Sebastian Esteves Finozzi, a Fisioterapeuta Luciane Estivalet que tem me exigido bastante (me incentivando nos exercícios).Toda equipe de fisioterapia, obrigada.

A minha parceira de fisioterapia e conversas Geraldina Barahona Hquez: que fica dizendo: vamos lá Drica!!! Tem que fazer…risos….Gratidão à minha família e amigos, por todo o apoio e cuidado. Ao meu excelentíssimo namorado, Luciano Nunes Ferreira, pela paciência. Também agradeço a Preta Castro Mulazzani, minha amiga, mãe do coração por todo o apoio. A Maria Do Horto Salbego, às gurias do Gabinete, Ana Leães e Carol. Meu agradecimento à Claudia Giba Vilaverde, Vanessa Barcelos, Louise Ribeiro Giacomoni, Leila Rosso Betim, Liane Tavares, Lilian Alvarenga Machado Alves ,Suzete, Carmem Suzana Almirao,  Adriéle Almirão, Junior Rhodes ,Gabi Almirão, Lauren Almirão, Leonardo Lorenzho e Adriana Almirão. Enfim, são tantas pessoas próximas que não tenho como citar nomes de todos. FÉ! FOCO! E DEUS NO COMANDO SEMPRE! – conclui.

Flaviane Antolini Favero