Atleta da várzea, recuperado da Covid-19, diz ter temido não sobreviver

” Eu tinha um pensamento antes de confirmar positivo para Covid-19. Porém, passei por dias muito críticos, houve momentos que eu tive medo e pensei que não fosse resistir ” – esse é o relato inicial do alegretense Nicão Prates Pinto, depois de deixar a Santa Casa, no início da tarde de quinta-feira(26).

 

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O atleta de 56 anos é conhecido como grande desportista dos jogos da Várzea onde passou por alguns times, Nicão ainda estava emocionado quando conversou com a reportagem, no final da tarde.

Em primeiro lugar, o relato foi de muita gratidão a todos que atuam no hospital. Desde o porteiro, enfermeiros, técnicos e copeiras. Sem deixar de citar os médicos. Mas Nicão frisa que não quer falar de nomes para não cometer injustiças pois o tratamento que recebeu, jamais vai esquecer.  ” Não existe palavras que possam enaltecer o trabalho realizado aqui na Santa Casa.  Fiquei 12 dias no hospital de Campanha onde boa parte com o auxílio da ventilação mecânica devido à dificuldade de respirar. Isso me deixou debilitado e até para o banho dependia das enfermeiras. Toda equipe com uma atenção fora do comum ” completou.

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O alegretense salientou que, ao receber alta, não conteve as lágrimas quando visualizou os dois filhos o aguardando. ” Não consegui conter a emoção.  Quando vi meus filhos foi impossível não demonstrar o quanto estava feliz por rever os dois e também por estar ali, ter essa segunda chance graças a Deus e aos profissionais da Santa de Alegrete, da área Covid-19, que lutaram por mim também” – descreveu.

O contágio

Segundo o atleta, o contágio ocorreu em Florianópolis. Ele foi levar uma pessoa e ficou um período em Santa Catarina.  O alegretense ressalta que sempre estava atento aos protocolos, mas evidencia que a imagem que tinha do vírus era muito diferente do que o corpo mostrou e as complicações que teve.

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Assim que retornou para Alegrete, começaram os primeiros sintomas. Por ter viajado, a primeira decisão foi se isolar e esperar para ver se iria passar o mal estar. Mas o quadro foi piorando e ele procurou a UPA, no departamento indicado à Covid-19.  No mesmo dia já ficou internado, fez um raio X e, na sequência, precisou de auxílio para respirar. Nicão acrescenta que não procurou os filhos para não por em risco a saúde deles. Um ato consciente e muito importante pois nenhum outro membro da família se infectou.

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O que fica dessa lição é que ninguém pode imaginar quais são os danos à saúde que o vírus vai representar a cada um. Portanto, os cuidados ainda são os principais aliados contra essa guerra invisível.  O alegretense que é atleta ressalta que não tinha nenhum outro problema de saúde, mesmo assim, as complicações foram várias ao ponto de pensar que poderia perder a batalha. Foram dias de respiradores e muita fisioterapia.

” Com certeza esses foram os piores momentos da minha vida. Eu pensei que não iria resistir por isso foi tão importante rever meus filhos, Bruno e Lucas” – finalizou.

Flaviane Antolini Favero