Eis a imagem que ilustra a célebre frase de Quintana: eles passarão…eu passarinho

O poeta Quintana tinha razão, “Todos esses que aí estão/ atravancando meu caminho/ Eles passarão… Eu passarinho!”.

Sob o olhar atento e preciso do fotógrafo Décio Marini, a imagem que fala mais que todas as palavras.

Ele flagrou a beleza em meio ao que tentaram destruir em duas ações de vandalismo, além das paranaenses Roseane do Amaral e Fabiane Amaral apaixonadas por Alegrete, que estiveram no local e colocaram curativos, num gesto de empatia, carinho, respeito e admiração.

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“Foram mais de dez dias, em que fiquei observando em períodos distintos. O local é muito movimentado e a todo instante alguém se aproxima e faz uma foto. Há quem converse com o poeta, numa esperança de compreensão de tantas coisas, assim observo. O passarinho parece ter pensado onde iria pousar, mas não hesitou e escolheu a perna de Quintana para sentir o poeta mais de perto, destaca Marini ao PAT.

A foto foi realizada em 29 de janeiro, mas somente agora o fotógrafo divulgou.

O poeta alegretense que retornou à Praça e com o olhar apurado, o fotógrafo captou todo esse sentimento por meio da imagem que está viralizando.

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Mario Quintana, foi um caso raro, único, no trato com as musas. Elas não fizeram parte de sua poesia, que se ocupava das coisas do cotidiano, com humor fino. Percebia nos pequenos detalhes das pessoas e da vida, coisas que só um grande poeta visualiza.

Embora seja formado por apenas quatro versos, Poeminho do Contra é uma das composições mais populares de Quintana.

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Há relatos, em arquivos, que toda manhã, ele esparramava suas melhores vogais no jardim, desta forma, os passarinhos iam para bicá-las, assim como, às vezes se aborrecia por não poder ser passarinho em tempo integral. A traquinagem preferida do menino Mario Quintana era voar.

O espantoso segredo de Quintana não era espantoso nem segredo. Desde o primeiro até o último dos seus bem-aventurados dias, ele foi sempre um menino, a não ser nos momentos em que, ousando uma travessura, se tornava um passarinho.

Quando Mario Quintana demorava para aparecer, os passarinhos iam chamá-lo para o passeio matinal. O poeta, ainda estremunhado, tomava cuidado para não pisar nas estrelas ao redor da cama, abria a janela e dizia, num tom de censura no qual eles nunca acreditaram: ah, vocês, ah, vocês…

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Às vezes, o alegretense deixava um poema sobre a mesa e um passarinho vinha completá-lo. Ao ponto-final acrescentava mais dois e punha nessas reticências a pista do caminho que tomava em seguida – sua rota de voo.

A imagem, novamente, deixa uma lição muito maior, que vai além do olhar cirúrgico, demonstra o quanto o mundo está sedento de mais amor.

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Com informações: Estadão

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