Equipes de saúde estão nos bairros para combater a Leishmaniose visceral; saiba que doença é essa

Alegrete está enfrentando uma preocupante situação relacionada à leishmaniose visceral, também conhecida como calazar.

Recentemente, um alerta amarelo foi emitido devido aos casos suspeitos da doença na região, o que desencadeou a atuação de equipes tanto do estado quanto do município para investigação e controle da enfermidade.

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A leishmaniose visceral é uma doença transmitida por um inseto conhecido como flebotomíneo, sendo o Lutzomyia longipalpis o principal vetor no Brasil. Em humanos, afeta os órgãos internos, como o baço, o fígado e a medula óssea, e apresenta uma série de sintomas, tais como febre, tosse, dor abdominal, anemia, perda de peso, diarreia, fraqueza, aumento do fígado e baço, além de inchaço nos gânglios linfáticos.

Com o objetivo de controlar a disseminação da doença e evitar sua propagação, equipes do Centro de Vigilância em Saúde (CVES) do estado e órgãos municipais, como a Secretaria de Saúde, Controle de Vetores e Vigilância Sanitária, têm trabalhado intensamente em Alegrete. Após dias de preparação, essas equipes recentemente iniciaram uma investigação de campo.

Uma descoberta relevante ocorreu em janeiro, quando um flebotomíneo macho da espécie Lutzomyia longipalpis, principal transmissor da leishmaniose no Brasil, foi capturado na região. Esse achado aumentou a preocupação e a necessidade de ações mais efetivas no combate à doença.

As equipes estaduais e municipais estão realizando coletas por amostragem nos bairros Vila Nova e Rui Ramos, com o objetivo de identificar a presença de cães contaminados com leishmaniose. Esses animais são hospedeiros da doença e podem transmiti-la aos seres humanos por meio da picada do flebotomíneo infectado.

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A leishmaniose visceral é especialmente perigosa para crianças com até dez anos de idade, sendo considerada a forma mais grave da doença. Caso não sejam tratados, os sintomas podem evoluir e levar ao óbito dos pacientes afetados.

Além disso, existe também a leishmaniose cutânea, conhecida popularmente como ferida brava ou leishmaniose tegumentar, que provoca feridas na pele, podendo evoluir para feridas nas mucosas, como boca e nariz. As lesões causadas por essa forma da doença são avermelhadas, ovaladas e com bordas bem definidas. A leishmaniose cutânea é mais comum e, dependendo do tipo, pode se curar espontaneamente.

Para confirmar o diagnóstico de leishmaniose em cães e seres humanos, são necessários exames específicos, como exame de abdômen total e análise de leucócitos. No momento, já foram registrados casos positivos da doença em Alegrete, incluindo a morte de um animal oriundo de Itaqui e a internação de outro cão que também teve resultado positivo.

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As equipes de saúde estão trabalhando arduamente no mapeamento de todos os casos e locais afetados pela leishmaniose. Mais de 40 cães foram identificados em pátios e triagens, incluindo seus tutores e pessoas que residem nas mesmas casas, destes quatro casos positivos. O médico veterinário Humberto Conceição foi convidado pelo estado para ser referência no Município nas ações epidemiológicas.

É fundamental que os testes sejam realizados para a obtenção de provas e contraprovas, a fim de identificar corretamente os casos de leishmaniose visceral em humanos e animais, além de permitir o desenvolvimento de estratégias adequadas de controle e prevenção da doença. A vigilância sanitária e o controle de vetores desempenham um papel crucial nesse processo, atuando na eliminação dos flebotomíneos e implementando medidas de educação em saúde para a população. No primeiro momento, os casos positivos foram detectados por testes rápidos, contudo, a segunda coleta é feito por meio do PCR enviado para o Lacen em Porto Alegre e em último caso um teste de raspagem que é expedido para Minas Gerais.

A situação em Alegrete destaca a importância da conscientização sobre doenças zoonóticas e a necessidade de medidas preventivas, como o uso de repelentes, a adoção de cuidados com os animais de estimação e a eliminação de possíveis criadouros do vetor transmissor. Somente por meio de ações conjuntas entre o estado, município e população será possível combater efetivamente a leishmaniose visceral e garantir a saúde e o bem-estar de todos os moradores de Alegrete.

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