Estudante de medicina da UFRGS é indiciado por estupro dentro de hospital em Porto Alegre

Jovem de 25 anos registrou boletim de ocorrência relatando que teria sido desligado de estágio por homofobia. Ele é suspeito de manipular órgão sexual de um paciente que estava sedado. Defesa nega.

A Polícia Civil indiciou um estudante de medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) por estupro de vulnerável de um paciente que estava internado no Hospital Independência, em Porto Alegre. O caso aconteceu em 20 de abril deste ano.

De acordo com a delegada Andrea Mattos, da Delegacia de Polícia de Combate à Intolerância, a investigação começou após o estudante de 25 anos registrar boletim de ocorrência relatando que, por homofobia, teria sido desligado do estágio no hospital em que atuava. Ele teria sido acusado de manipular o órgão sexual de um paciente de 23 anos enquanto estava sedado.

O advogado Diego Machado Candido, que representou o estudante na fase policial, diz que o jovem prefere não se manifestar neste momento, mas nega as acusações. Segundo o representante, “possivelmente ele foi vítima de homofobia no Hospital Independência e entre colegas da FAMED/UFRGS”.

A Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) informou que recebeu a cópia integral do inquérito policial fornecido pela Polícia Civil e que, seguindo o trâmite interno da universidade, o assunto foi direcionado ao Núcleo de Assuntos Disciplinares (NAD). O estudante deve responder a um processo disciplinar, que é tratado internamente.

“O NAD deverá formar um juízo sobre a admissibilidade ou não de um Processo Disciplinar Discente para apurar os fatos. Este procedimento assegura os direitos constitucionais do contraditório e da ampla defesa ao aluno”, disse, por meio de nota.

Em 19 de maio, o estudante registrou boletim online e, depois, no dia 27, foi até a delegacia de Crimes de Intolerância. Porém, testemunhas oculares confirmaram que viram ele com a mão embaixo do lençol do homem, e o próprio paciente disse se lembrar de ter o órgão manipulado.

“Comecei a achar tudo estranho e cheguei à conclusão de que ele não era vítima, era suspeito de crime sexual”, disse a delegada.

A delegada remeteu o inquérito na terça (27), mas não pediu prisão.

“O acusado tentou tirar a representação das próprias denúncias, mas eu neguei, porque já tinha desconfiança de que ele havia sido desligado em virtude da manipulação”, acrescenta a delegada.

Por Matheus Beck, g1 RS e RBS TV

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