Na tarde de sábado(15), no dia em que completou cinco anos, Deise Branco falou com a reportagem do PAT. Ela inicia destacando que agradece a Deus pelo milagre de ter a filha, à época de 9 anos, hoje caminhando e bem, mas foram momentos muito difíceis.
Até os dias atuais, a família não obteve contato ou respostas de quem era o motorista que provocou o grave acidente em uma manobra irregular, nas imediações do Parque Rui Ramos e fugiu sem prestar socorro. Deixou uma mãe e uma filha feridas, entretanto, a pequena Evelyn que estava na carona da moto da progenitora, teve fratura exposta no fêmur entre outras lesões graves.
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Ao total foram oito meses entre cirurgias e reabilitação até que minha filha pudesse caminhar novamente, mas esse processo foi longo e muito dolorido, mas primeiras semanas eu a ouvia gritar de dores sem ter como ajudar. Minha filha só queria ficar comigo e eu também estava machucada, tive quatro dedos quebrados e outras lesões, nenhuma com a mesma gravidade que ela, mas tudo se tornou secundário – acrescenta.
Deise segue o relato descrevendo que a filha precisou colocar placa de platina e todo processo foi de, no mínimo, oito meses. “Três meses depois de ficar totalmente na cama, foi liberada para cadeira de rodas, na sequência muletas. Quando ouvimos que poderia tomar um banho, foi de mangueira na área de casa pra ver a felicidade dela. Pois precisamos inclusive mudar de casa, diante de todas as adaptações. A fase das muletas foi a mais difícil e também onde tudo começou mesmo, pois ela sabia que tinha que se superar a cada dia. Minha filha teve muita garra, muita coragem e foi muito guerreira”- descreve.
A alegretense cita que passaram por internações, cirurgias, dadeira de rodas, muletas, cadeira de banho, fisioterapia e muitos medicamentos. Todos os custos foram custeados por eles(pela família), já que o responsável fugiu e nunca foi localizado, porém, é taxativa que tudo valeu a pena diante da vitória, assim que visualizaram a filha caminhando novamente.
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“Depois de oito meses voltamos para o hospital, mais uma cirurgia, desta vez, retirada da platina pois ela era criança não poderia ficar com o metal no corpo. Foi mais uma superação, mais uma lição pra todos nós”- pondera.
Para finalizar, Deise fala que até hoje não sabem quem foi, nem se é da cidade ou não, pois foi um mistério. “Nosso acidente foi gravíssimo, mas não tivemos auxílio nem das câmeras. O motorista desapareceu. Recebemos várias ligações de pessoas com algumas pistas, mas todas em vão, sem nenhum resultado. A única coisa que ficou foi o retrovisor de uma Strada Branca, no local.
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Mas a cada 15 de outubro, não consigo deixar de reviver, os gritos de dor da minha filha, todos os medos, incertezas, o horror que foram os dias em que uma criança tinha que entender que não poderia se mexer, em cima de uma cama, três meses. No final, a única coisa que focamos foi a recuperação e saúde dela e tudo deu certo. Para a pessoa que fez isso, apenas deixei na justiça divina do nosso Deus.
Minha linda filha está aqui, com saúde e no próximo mês, dia 14 de novembro estará completando seus tão sonhados 15 anos.”- encerrou.
O acidente
No dia 15 de outubro de 2017, uma Fiat Strada fez uma manobra irregular na Avenida Alexandre Lisboa e atingiu a moto onde estavam a piloto e a filha de 9 anos. As duas ficaram feridos, sendo a criança com fraturas exposta e gravemente lesionada. O condutor do veículo fugiu e, até o momento, não foi localizado.