Mário Quintana, no banco da Praça, virou celebridade outra vez

O Quintana voltou, esse tem sido um dos posts mais visualizados nos últimos dias, nas redes sociais. Todos que passam pela Praça Getúlio Vargas, em frente ao calçadão Hélio Ricciardi, desde criança a idosos, sentam para o registro com o poeta.

Mario Quintana

Mario Quintana, conhecido como o “poeta das coisas simples”, foi um escritor modernista, jornalista e tradutor brasileiro. Ele é considerado um dos maiores poetas do século XX. Quintana escrevia de maneira prolífica e silenciosa, mantendo-se distante dos holofotes. Seu estilo irônico dava certo tom de comicidade à sua obra, mesmo com temas como a morte, o tempo, e a ideia de infância perdida.

Em 1980, Mario recebeu o “Prêmio Machado de Assis” da Academia Brasileira de Letras (ABL). No ano seguinte, o poeta recebeu o “Prêmio Jabuti” de Personalidade Literária do Ano.

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O alegretense saiu aos 13 anos, da cidade natal e mudou-se para Porto Alegre. Mario não casou e nem teve filhos. Viveu grande parte de sua vida em quartos de hotéis e faleceu em Porto Alegre dia 5 de maio de 1994, vítima de problemas cardíacos e respiratórios.

 Em 1940, ele lançou o seu primeiro livro de várias poesias, A Rua dos Cataventos, iniciando a sua carreira de poeta, escritor e autor infantil.

A obra trata-se de um livro de sonetos, em que a cadência prosaica, cheia de informalidade e índices afetivos, programaticamente ressaltados pelo poeta, são moldados pela métrica, pelo ritmo e pelas rimas, produzindo um contraste inusitado entre forma e fundo, entre a matéria (movente) e o tratamento artístico (fixo) que Quintana lhe dedica. O conjunto de 35 sonetos reunidos em ‘A rua dos cataventos’ expressa várias das preferências temáticas do autor e muitos dos motivos que serão recorrentes ao longo de toda a sua produção.

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A leitura deste livro é uma iniciação importante à obra do poeta, permitindo que se compreenda como ele desenvolveu os elementos poéticos, que são determinantes em seu fazer desde o livro inaugural. Além disso, encontram-se neste volume alguns dos mais belos sonetos do autor.

Sendo assim, no início dos anos 2000, o diretor e proprietário da Rádio Nativa e Portal Alegrete Tudo, Jucelino Medeiros, propôs uma homenagem quando idealizou o Projeto audacioso da Rua Dos Cataventos.

A Rua dos Cataventos previa na Rua dos Andradas uma rua temática, na quadra entre a Gaspar Martins e a General Vitorino, em homenagem ao poeta, onde ele nasceu.

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O projeto, idealizado pelo arquiteto Jeferson Sanchotene, era composto pelo alargamento dos passeios, bancos com iluminação, placa em homenagem a Mário Quintana, além de dois grandes cataventos. Um quiosque permanente com livros de Quintana, além da instalação de um “sapato florido” e a distribuição de versos por toda parte.

A obra, em 2015, estava orçada em cerca de 172 mil reais e teria investimento com recursos captados via emenda parlamentar, naquele ano, do deputado Henrique Fontana (PT), mais contrapartida municipal. A licitação chegou acontecer, porém, o projeto não teve continuidade. 

Projeto Rua dos Cataventos

“Dorme, ruazinha… É tudo escuro…E os meus passos, quem é que pode ouvi-los?Dorme o teu sono sossegado e puro, Com teus lampiões, com teus jardins tranquilos”.
(Mario Quintana, a Rua dos Cataventos II)

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Augusto

Instalaram a belíssima obra num local em que a calçada está em péssimo estado. Alegrete turística… bahh.