Guinada na vida: alegretense deixa os dias de agruras para trás e recomeça a vida na França

A história é de um alegretense que saiu de um momento muito delicado na vida pessoal e profissional à realização de um grande sonho: morar na França.

Johnny Salbego Durgante
Johnny Salbego Durgante

Hoje, vamos falar um pouco da realização e superação de Johnny Salbego Durgante, de 36 anos.

O alegretense inicia a narrativa descrevendo que a situação estava muito complexa, ou seja, muito difícil. Depois do início da pandemia, ele que residia em Gramado, retornou para Alegrete, onde na ocasião trabalhava num jornal.

Ao chegar na terra natal, encontrou muita dificuldade de se realocar ao mercado de trabalho, já que na sua área de atuação (comunicação, desenvolvimento web e criação visual) havia pouca ou quase nada de oportunidade.


Do final de 2019 até 2022, ainda, atendendo uns poucos clientes, dos quais prestava serviço de manutenção de sites, teve a ideia de trabalhar com confecção de plaquinhas decorativas em MDF, que foi realmente uma brilhante sacada para fazer uma renda extra – comenta.

E assim permaneceu até chegar o momento da mudança, até então, inimaginável, para aquele período em sua vida.

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Johnny citou que há muitos anos desejava tentar a vida fora do País, pelo menos ter a experiência de conhecer outra realidade e se adaptar.

No começo deste ano, ele comenta que fez um pedido a Deus, que pudesse ter a oportunidade de sair do Brasil, mesmo que não tivesse muitas condições.

“Eu procurei diligentemente ser guiado por Deus nas minhas escolhas, pois para mim, não se tratava de apenas um sonho, mas sim de viver um propósito. Foi então que comecei a compartilhar em meu instagram devocionais da palavra de Deus e logo comecei a ter uns poucos seguidores de fora do Brasil.

Então, uma irmã, brasileira, que já morava na França há mais de cinco anos, e que estava acompanhando minhas postagens, respondeu a um de meus stories e ali começamos a conversar e trocar experiências de vida”- explica.

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O alegretense explanou um pouco da sua vida e com o tempo, eles foram estreitando laços, ao ponto da brasileira dizer que sentia em seu coração que deveria ajudá-lo a ir para a Europa.

“Confesso que fiquei surpreso, mas sabia que isso tudo vinha de Deus, pois há dois anos eu tinha sonhado que estava na França”- recorda.

Quézia e Johnny passaram a orar a respeito e as coisas foram se encaminhando, até que ela teve um sonho que confirmou o que, até então, ainda estava em especulações e que Jhonny deveria ir para o exterior.


“Não tenho vergonha em dizer que ela (com um coração enorme, generosa, muito trabalhadora, uma verdadeira guerreira, que passou muitas coisas quando chegou sozinha aqui, nesse país), um dia me disse bem assim: eu senti no meu coração em pagar tua passagem para ti vir para cá, e isso que estou fazendo, enfatizou ela, foi o próprio Senhor Jesus que me mandou fazer por ti, sem esperar receber nada em troca” – destaca.


Hoje, há mais de três meses na França, Johnny e Quézia estão noivos e suas histórias se cruzam de forma surpreendente, ambos, estavam orando para ter uma pessoa que tivesse os mesmos propósitos de vida, pois, assim como Johnny, Quézia trabalhou muito tempo como líder do Ministério de Jovens e adolescentes e é uma pregadora da palavra. Ele citou que recorda quando ainda estava no Brasil e assistia os cultos pelas lives e a via pregar.

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A rotina

A vida na França é muito, mas muito corrida. Lá eles acordam por volta das 4h30 e saem para trabalhar, pois é necessário “pegar” um, dois, três até quatro linhas diferentes de trem e, às vezes, ônibus.

Para quem pensa que morar na Europa é um mar de rosas, está muito enganado – fala o alegretense.

Ele segue dizendo que é muito duro chegar na França e mal saber dizer duas ou três palavras no idioma, ser um imigrante que, no começo, até conseguir se legalizar, também é difícil conseguir um emprego.

A história é de um alegretense que saiu de um momento muito delicado na vida pessoal e profissional à realização de um grande sonho: morar na França.


A maioria dos imigrantes que residem na França trabalham em limpeza ou construção civil, explica Johnny, ao citar que ficou muito surpreso, pois quando chegou lá, o que menos visualizou foram franceses (rsrs). A maioria é árabe, turco, africano, marroquino, português, brasileiro, indiano, entre outros.

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O alegretense, no momento, está trabalhando em uma empresa que cuida da conservação dos prédios, das estações de trem. A maior parte do tempo fica no subterrâneo, nos túneis, ou nos trilhos onde passam os trens. Neste local, o trabalho é de reparação de fissuras por causa da umidade – comenta.

Porém, com o tempo e mais adaptado, pretende começar a divulgar seu trabalho na área de criação web e visual, além de fazer uma faculdade.

Como está sendo a mudança

Johnny explica que a mudança foi muito difícil, mas necessária. “Eu lembro de ter chorado muito por causa dos meus filhos e, de inclusive, pensar em desistir de vir para cá. Eu sabia que ia ter de enfrentar a distância, a saudade, o julgamento dos outros por pensarem que eu estava abandonando meus filhos, mas essas mesmas pessoas, não sabem o quanto é duro ter que viver e passar por períodos de escassez aí no Brasil, e muitas vezes você não poder dar para seu filhos o que gostaria de dar”- acrescenta.


Contudo, na atualidade, o alegretense vê a situação com outros olhos, pois o que está vivendo, não é para si, mas para eles(filhos). Amanhã ou depois os filhos devem ir para a França e o alegretense pensa que mais do que uma visita possam residir e estudar fora do Brasil.

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Na sequência, Johnny cita que: para quem olha de longe e vê as fotos em Paris, não tem noção do que eles já passaram e ainda passam para viver uma vida melhor, e diz isso por todos os imigrantes que lá estão. Ele conheceu muitas histórias de brasileiros o encorajaram para prosseguir.


Hoje, o que é mais difícil para ele, é ficar longe dos filhos, mas confio naquele que o levou para lá e sabe que Ele está cuidando de tudo, principalmente, por ainda não saber o tempo que vai permanecer lá. “O futuro a Deus pertence. Mas primeiro quero poder me legalizar, assim como, outros brasileiros já fizeram, cumprir minha missão aqui, e poder trazer meus filhos para conhecerem a Disney (sorri)”.

Para encerrar a entrevista, feita pelo whatsApp, Johnny falou:

“A França! Sem dúvida, eu não imaginava que era um país tão próspero e desenvolvido. E não vou falar nem da beleza desse lugar. Aqui você vê seu dinheiro render quando vai ao mercado. As coisas são compatíveis com o salário. Imagine você: aqui se você ganha um salário mínimo, você vive muito bem e ainda manda dinheiro para o Brasil (rsrs). Se você ganha dois ou três salários aqui, é considerado rico.

O preço da gasolina é menos de 2 euros, os telefones que aí no Brasil custam uma fortuna, aqui com um mês de trabalho você compra o lançamento mais recente. A França recolhe impostos, mas aqui você vê o dinheiro da arrecadação sendo bem investido, na segurança (um fator que aqui conta muito), educação (as escolas e universidades são as melhores e não são tão caras), infraestrutura e mobilidade urbana ( com apenas 75 euros você compra uma carta que dá direito a você usar todas as linhas de trem e metrô e ainda de ônibus o mês inteiro”- conclui.

Johnny Salbego Durgante
Johnny Salbego Durgante


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