Na figura da Cabo Toco, BM homenageia mulheres do 2° Esquadrão de Alegrete

Mulheres fortes, destemidas e guerreiras. Policiais militares foram presenteadas com uma rosa, uma mensagem e um almoço, na sexta-feira (6).

A Brigada Militar comemorou na sexta-feira, 6, o Dia Internacional da Mulher, que tem sua data festejada, tradicionalmente, em 8 de março, que neste ano de 2020 é neste domingo.

A comemoração dedicado a elas foi no 2° RPMon. O Tenente, Nei Machado, fez um discurso e os demais colegas entregaram rosas vermelhas como forma de reconhecimento ao trabalho, dessas guerreiras que representam a força da mulher.

“Parabenizo estas mulheres que ocupam espaços, por tanto tempo, destinados exclusivamente aos homens. Isso mostra que a mulher pode estar em qualquer lugar e onde ela quiser. Além de nós homens termos a percepção que precisamos desempenhar muito mais tarefas que hoje, ainda são, na grande maioria destinadas somente às mulheres. Que são profissionais, mães, esposas, donas de casa e demais situações que precisa, pois sempre agregam e fazem tudo com muita perfeição.Seu olhar, coração e força são absolutamente necessários para mudar o mundo. Trás sempre seu charme, garra, beleza, sensibilidade e determinação”- comentou.

Tenente Nei, também lamentou os frequentes episódios registrados de violência contra as mulheres, e citou como exemplo o recente caso que repercutiu muito, que ocorreu na cidade de Uruguaiana, onde uma modelo e uma fotógrafa foram espancadas.

Ele também falou um pouco da origem da mulher na Brigada Militar.

No ano de 1923 a realidade começou a mudar, pelo menos, na corporação da Brigada Militar (BM), no Rio Grande do Sul. Com 21 anos, a jovem natural de Caçapava do Sul, Olmira Leal de Oliveira entrou para a história do Estado quando foi integrada à BM. Enfermeira e combatente no  1º Regimento de Cavalaria, hoje 1º Regimento da Polícia Montada , com sede em Santa Maria.  Graduada a cabo e devido a sua baixa estatura, por “Cabo Toco.”

A Cabo Toco participou dos movimentos revolucionários de 1923, 1924 e 1926. É a patrona da primeira turma de Policiais Militares Femininas do Estado do Rio Grande do Sul. Recebeu destaque de bravura, por não se limitar quando estava em atividade.

Dentro da Brigada Militar ficou reconhecida por uma mulher forte e guerreira. Junto aos demais colegas, ela empunhava o seu fuzil e lutava lado a lado com a mesma valentia dos demais soldados. Em 1932, deixou a corporação para se dedicar à família.

Apesar de ser considerada uma heroína dentro da Brigada Militar, o êxito só veio depois de 1987. Nilo Bairros de Brum e Heleno Gimenez escreveram uma canção contando a história da cabo. O reconhecimento da policial veio quando a música venceu 5ª Vigília do Canto Gaúcho de Cachoeira do Sul.

Com os anos, o número de policiais militares cresceu e elas foram ocupando mais espaço.

As policiais militares levam para o dia a dia a leveza e a tranquilidade, nos momentos de tomarem decisões.

Na homenagem, as soldados Rebelo, Guerra, Suzeli e Isabel representaram todas as policiais militares.

Veja os depoimentos:

Para soldado Suzele que completa 12 anos, de instituição, ser policial, ser brigadiana, foi uma opção, uma vocação. Hoje a Brigada representa mais do que uma profissão é uma verdadeira paixão. É o que nos move, nos faz levantar todos os dias arriscar nossas vidas por uma sociedade que muitas vezes nem obrigada nos dirá.

Ser policial vai além de vestir uma farda, está intrínseco.

Já Luciane Rebelo Zotti, Soldado Rebelo, é natural de Santiago e há 15 anos ingressou na Brigada Militar e há 12 anos está em Alegrete. Ela é casada e tem um filho.

” Meu amor pela Brigada Militar veio desde muito cedo, pois meu pai é brigadiano e com muito orgulho segui a profissão dele que hoje é aposentado. Tenho um amor e dedicação enorme pela minha instituição e principalmente por minha profissão, sei o quanto ainda somos discriminadas, mas graças a Deus também somos acolhidas e protegidas muitas vezes por nossos colegas masculinos.

A Brigada Militar é minha segunda casa, o 2° Esquadrão de Alegrete é o lugar em que eu passo a maior parte do meu tempo, mas isso é sempre um prazer, porque me sinto à vontade em estar fazendo o que eu gosto, tentando ajudar as pessoas e aprendendo sempre, constantemente.

Peço a Deus todos os dias força, tranquilidade e proteção a todos os irmãos de farda. Só tenho a agradecer todos os dias pela profissão que escolhi.” – finalizou.

Para encerrar, soldado Isabel falou: sinto muito orgulho de fazer parte dessa honrosa profissão, pois temos um papel importantíssimo na sociedade. E essa homenagem ao Dia internacional da mulher destaca importância da integração valorização e reconhecimento da presença feminina na Brigada Militar, considerando sua força garra, determinação e, ao mesmo tempo, sensibilidade leveza. Parabéns a todas mulheres e em especial às colegas de farda, mães, donas de casa que desempenham todas essas funções com amor e dedicação!”- salientou.

Nesta segunda, todas as guarnições serão compostas por brigadianas.

Flaviane Antolini Favero