No dia de combate à gordofobia, veja como o preconceito é real e frequente

Com o objetivo de tornar conscientes as pessoas que desrespeitam quem está acima do peso, o dia 10 de setembro é uma data para discussão, reflexão e um convite à empatia.

Até na escolha das palavras e expressões é possível demonstrar respeito e conscientizar amigos para conviver melhor com todo mundo, seja qual for o peso dessa pessoa.

O combate à gordofobia e a pressão estética por um corpo enquadrado nos padrões de beleza da sociedade se tornaram pautas cada vez mais presentes no cotidiano, sobretudo com as redes sociais sendo espaços mediadores desses debates. 

Numa entrevista ao PAT, a alegretense formada em magistério e atualmente cursando licenciatura de Matemática, no 8° semestre, Aliane Paz de 38 anos relatou um episódio que a deixou muito triste – assim falou.

Na última semana, ela decidiu que iria comprar uma blusa ou cropped plus size para ir ao evento da Rádio Nativa – Wilceu Pause. “Eu sou gordinha, mas adoro me arrumar e acho que isso não significa que tenho que usar roupas que vou parecer uma idosa ou largas que acabam me deixando ainda”maior”. Gosto da moda e procuro, dentro das minhas possibilidades usar algo que me deixe bem vestida e confortável” – destaca.

Porém, o fato que a deixou muito incomodada e a fez colocar um post em seu perfil no Facebook, foi de ser ignorada por uma atendente em loja da região Central. Aliane, ressalta que tem outras duas lojas que trabalham com roupas plus size e sempre foi muito bem atendida, contudo, neste caso, para o que estava buscando não encontrou. Desta forma, saiu a procura em outros estabelecimentos e, se deparou com a falta de boa vontade da atendente de ajudá-la com informações que, por ser funcionária da empresa, seriam fáceis, como o valor de uma blusa que não constava, naquele momento.

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“Eu entrei na loja e sei que, em Alegrete, às vezes, é difícil de encontrar alguns modelos de roupas, mas, até aí tudo bem. Já havia passado em outras empresas e, em certo momento, uma peça me chamou atenção, resolvi entrar, pois teria o que eu queria comprar, todavia, por ser “gorda”, a funcionária não me de muita bola. Apenas indicou onde poderia ter as peças que eu procurava e me deixou sozinha.

Foi muito constrangedor, pois eu tinha o dinheiro pra comprar, porém, com a má vontade de atender uma “gorda”, o que enquadra em gordofobia, eu resolvi sair da loja.

Penso, se você trabalha no comércio, precisa saber pelo menos que todas as pessoas desejam ser bem atendidas, por esse motivo, que decidi que a compra será feita pela internet” – destacou.

No post de Aliane muitos comentários evidenciam que outras pessoas passam por preconceito e são de diversas situações, não apenas em relação ao peso. A empreendedora destacou que sempre foi aquela menina “ancuda” como dizem aqui na fronteira, nunca foi magrinha, entretanto , passou por muitas dificuldades na vida, já batalhou muito, inclusive saiu de Alegrete para ter uma situação financeira mais “confortável” com a família. Isso, aconteceu na Serra, contudo, precisou retornar e, hoje, trabalha com festas infantis e também com aulas particulares, tudo para auxiliar o marido no orçamento.

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“Depois que eu tive meus filhos e, por residir longe da terra natal, com uma condição financeira melhor, acabava comendo mais lanches entre outras situações. Sei que preciso emagrecer por questões de saúde, mas não admito as pessoas imporem isso como se fosse uma obrigação. Por exemplo: já ouvi muito, você tem o rosto bonito, deveria fazer uma bariátrica como tua irmã. Isso me deixa triste, minha irmã fez e está bem, mas eu não quero fazer, gosto e me aceito, meu marido gosta de mim. Eu posso emagrecer, por questões de saúde, mas não por uma imposição da sociedade”- cita.

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A moradora do bairro Nossa Senhora Aparecida também falou que já foi alvo de preconceito por ser “gorda”, andar em um carro popular e por não ter um padrão financeiro como muitos. Isso, é muito frustrante – conclui.

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