O desfile do último 20 de Setembro ficou aquém de outros anos? Veja o que dizem os tradicionalistas

A cidade de Alegrete sempre foi conhecida por sediar um dos maiores desfiles de 20 de Setembro do estado, com a participação entusiástica de cavalarianos e um público apaixonado pela nossa tradição.

No entanto, a edição deste ano da Semana Farroupilha trouxe à tona um questionamento por parte de algumas pessoas: estaria a nossa Semana Farroupilha perdendo o fôlego?

Em anos anteriores, o desfile para muitos parecia que contava com a participação de mais cavalarianos e algumas surpresas que motivavam os espectadores. No entanto, a edição de 2023 apresentou um cenário um tanto diferente. Com menos atrativos visuais e caminhões temáticos, ficou a forte impressão que diminuiu o número de participantes . Além disso, muitos observadores notaram uma desfile com menos empolgação, com apenas alguns realizando a tradicional saudação em frente ao palanque das autoridades. O público também demorou mais tempo para se aglomerar ao longo das vias.

Diante dessas constatações, surge a pergunta: estaria a Semana Farroupilha de Alegrete perdendo o viço que a tornou famosa em todo o estado? Para buscar respostas, O PAT conversou com algumas autoridades ligadas ao tradicionalismo.

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O coordenador dos Festejos, Cléo Trindade, refutou a ideia de que a Semana Farroupilha tenha perdido seu brilho. Ele mencionou um aumento de pelo menos 20% no público, especialmente entre os mais jovens, incluindo crianças. Cléo também observou um aumento no número de candidatos a peões e prendas, com mais de 50 participantes, bem como na escolha dos peões e prendas mais bem pilchados a cavalo, com mais de 30 participantes. Ele atribuiu o crescimento nos desfiles do interior aos exames gratuitos financiado por uma emenda parlamentar, que possibilitou que mais pessoas participassem.

Quanto a falta de atrativos, Cléo explicou que o desfile é baseado no tema do ano, que em 2023 foi o Centenário da Revolução de 1923 e não sugeria elementos tradicionais e caminhões temáticos. Ele também mencionou a diminuição do uso de bois mansos devido à substituição por tratores e máquinas.

Cléo ressaltou que tem documentado a participação de 5.314 cavalarianos, não deixando a desejar em relação aos anos anteriores.

Uma experiente tradicionalista alegretense, Ilva Borba Goulart, presidente do MTG, comentou que quantidade não significa qualidade. Ela observou que este ano houve um desfile muito bom, com uma padronização de alta qualidade, bons cavalos e pilchas. Um dos motivos para a diminuição no número de participantes foi a chuva. Ela explicou: ‘eu mesma não vim porque, um dia antes, choveu e desfilar com poncho pesa muito. Isso, sem dúvida, desencorajou aqueles que precisavam vir do interior, já que o tempo estava instável e prejudicava até a passagem pelas sangas’, observou.

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Quanto a falta de diferenciação com carros, a presidente do MTG afirmou que isso já está contemplado no tema, que estava muito bom. Ela observou que comparar com Livramento não faz sentido, pois lá vêm os uruguaios que se juntam à festa de 20 de setembro, o que aumenta o número de participantes.”

O patrão do CTG Aconchego dos Caranchos, Neuri Tito Quirino, envolvido com o tradicionalismo há muito tempo, afirma que o tempo chuvoso influenciou muitos a não trazerem seus cavalos para a cidade. No entanto, ele acredita que um ponto a ser destacado é a realização de desfiles nos distritos, o que é uma forma de descentralização. Veja bem, quantas pessoas desfilaram nessas localidades e não vieram participar na cidade. “É caro pagar para trazer cavalos, e por isso os CTGs do interior diminuíram sua participação. Além disso, a instabilidade do clima não garantia nada até um dia antes da festa”, afirma Neuri.

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Já Luís Adão Nascimento, do DTG da escola Emílio Zuñeda, comentou que ele já havia previsto que este ano poderia ser menor, visto que os custos para manter um cavalo são altos, além de cumprir as normas sanitárias, incluindo o Município, que proíbe a presença de animais na área urbana. Em anos anteriores, às vezes, um dia antes, alguém solicitava, e eu pegava um cavalo de última hora, chegando a ter 7 cavalos no meu pátio na noite do dia 19.

Em resumo, enquanto alguns observadores expressaram preocupação com a eventual perda de participantes da Semana Farroupilha de Alegrete, as autoridades ligadas ao tradicionalismo destacaram aspectos positivos, como o aumento do público jovem, a qualidade dos participantes e as razões práticas que afetaram a participação neste ano. A tradição gaúcha continua a ser celebrada, embora com desafios sazonais.

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