Osório Ribeiro, um centenário que não faz uso de medicação contínua, dá a receita da longevidade

Como será viver séculos diferentes? Cada vez mais, são comuns os relatos de pessoas que atravessam o tempo, rompem preceitos e as próprias barreiras e limitações da saúde. São tantos os vínculos que se constroem ao longo do tempo que se torna muito difícil citar todas as nuances que um centenário possa ter vivenciado.

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Mas o resumo de uma bela história vamos contar a seguir. E pra começar a entrevista, questionado sobre o segredo da longevidade com muita saúde, lucidez e disposição, Osório Ribeiro da Silva, que completou 100 anos no último dia 4, não titubeou e respondeu: “não sei, mas eu não penso nada ruim, só positivo. A gente não pode ocupar o cérebro com coisas negativas”- completou.

Osorinho como é conhecido nasceu e criou -se na zona rural no subdistrito do Durasnal. Em 1938 veio para a cidade servir o exército no 6°RCB, deixando-o um ano depois. Em 1942 voltou para o Exército convocado durante a Segunda Guerra Mundial chegando a patente de Cabo. Com o fim da guerra, em 1945, retornou ao campo e, em 20 de julho de 1947, casou-se com Eni Ferreira da Silva. Na sequência, o casal que já passou de sete décadas de muita união, amor e cumplicidade, instalou-se na localidade do Parové.

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No lugar onde residiram,  até hoje, é conhecido com “tapera do Osorinho”. Do matrimônio, cinco filhos: Ione, Elaine, Dirnei, Airton e Nilson (já falecido). Fruto de um relacionamento anterior tem a filha Ondina. O companheirismo do casal se mantém muito forte, Osorinho com 100 e Eni com 92 anos, não abrem mão da rotina de levantarem às 6h para chimarrearem juntos. Uma cena que é compartilhada há 73 anos.

Osorinho, também, foi tropeiro e levou muito gado para Rosário do Sul e Santana do Livramento. Profissão que ele diz que encarou como uma “diversão”. Lembra-se das carreteadas e conta que soltavam os bois no campo onde hoje é a Termoelétrica.

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O centenário é um homem de fala mansa e de uma saúde invejável (não faz uso de nenhuma medicação) e quando lhe perguntam qual o segredo da longevidade ele diz : “não sei, mas eu não penso nada ruim, só positivo, além de acrescentar, ” a gente não pode ocupar o cérebro com coisas negativas”.

Aos domingos, ancião não abre mão do tradicional churrasco que saboreia com uma boa taça de vinho tinto chileno, os melhores, segundo ele. Infelizmente devido à pandemia não foi possível comemorar o seu centenário como gostaria, rodeado dos filhos, netas e bisnetas. O desejo era realizar um costelão. Mas como ele mesmo diz, “eu ainda vou longe, tem muito aniversário pra comemorar”.” Parabéns  Osorinho, orgulho de todos nós” – homenageiam os familiares.

 

Flaviane Antolini Favero