Perícia conclui que venezuelana morta pelo ex em Caxias do Sul foi atingida por ácido aspirável que causa queimadura interna

Substância foi encontrada na roupa da vítima. Ácido não causa queimaduras extensas, mas pode ser aspirado. Ariana morreu por asfixia mecânica.

A jovem venezuelana Ariana Victoria Godoy Figuera, morta pelo ex-namorado em dezembro do ano passado, foi atingida por ácido fluorídrico, como concluiu o laudo do Instituto Geral de Perícias (IGP), nesta sexta-feira (10).

O crime aconteceu em Caxias do Sul, na serra gaúcha. O suspeito, de 36 anos, se apresentou à polícia, admitiu a autoria e foi preso. Ariana tinha 24 anos.

Conforme o IGP, a substância foi colhida das roupas e da bolsa da vítima. O ácido foi aspirado pela jovem, provocando queimaduras internas que resultaram em asfixia mecânica, causa da morte constatada pelo laudo de necropsia.

Em contato com o corpo, o ácido fluorídrico não causa queimaduras muito extensas, mas penetra na pele e ataca o cálcio dos ossos.

O suspeito foi indiciado por feminicídio em 18 de dezembro do ano passado. O inquérito foi submetido ao Ministério Público do RS e está em análise.

Ariana Victoria Godoy Figuera morreu após ser atingida por líquido — Foto: Arquivo pessoal

Ariana Victoria Godoy Figuera morreu após ser atingida por líquido — Foto: Arquivo pessoal

Relembre o crime

Ariana chegava em casa quando o fato aconteceu, no dia 13 de dezembro de 2019. A mãe da jovem contou à polícia que a filha estava no portão da residência, quando alguém a chamou. No momento que ela olhou, o homem jogou um líquido no rosto dela. Ela começou então a gritar.

A mãe ouviu e acionou o Samu, mas como a ambulância estava demorando, ela chamou um carro por aplicativo e levou a filha até a Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Com ferimentos graves, ela foi transferida para o Hospital Pompeia.

Ariana tinha dois filhos, uma menina de 1 ano, e um menino de 4.

No dia seguinte, um homem de 36 anos, ex-namorado da vítima, se apresentou à polícia e admitiu o crime. Na sua versão, ele teria tentado assustá-la, mas a tampa do recipiente se soltou e o líquido foi projetado contra a jovem. O homem disse não saber o que era o líquido.

Segundo a polícia, os dois teriam morado juntos em Roraima. A jovem teria chegado ao estado há cerca de cinco meses, e ele teria vindo um mês depois. A irmã de Ariana, Joswinda Avila, diz que ele não aceitou o fim do relacionamento, e veio atrás dela.

Fonte: G1