A serpente foi encontrada nas imediações de uma peça utilizada como depósito, na Unidade Operacional, e os policiais agiram com cautela para removê-la e garantir sua segurança.
A cobra, uma urutu-cruzeiro (Bothrops alternatus), também conhecida como cruzeira, é encontrada em várias regiões do Brasil. Essa espécie tem uma reputação de perigosa. Um ditado comum nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do país é: “a urutu, quando não mata, aleija”.
De fato, as serpentes do gênero Bothrops representam a maioria esmagadora dos acidentes ofídicos notificados no Brasil, chegando a 90% dos casos. No entanto, é importante ressaltar que a composição do veneno pode variar entre as famílias, gêneros e espécies de serpentes. As secreções liberadas pelas serpentes são complexas misturas de enzimas e polipeptídeos, e suas características podem variar geograficamente, sexualmente e sazonalmente.
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No caso da urutu-cruzeiro, o veneno tem baixa atividade hemorrágica e necrosante em ações locais, tornando-o menos perigoso do que o de outras serpentes. No entanto, ainda é importante evitar a aproximação com essa espécie, uma vez que ocupam diversos tipos de habitat e não há informações suficientes para afirmar que o veneno seja semelhante ao longo de sua distribuição.
No Rio Grande do Sul, a urutu-cruzeiro é responsável por acidentes com humanos com certa frequência. Por isso, é fundamental ter cuidado ao avistar uma cobra em uma área natural e desviar dela, seguindo seu caminho.
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Além disso, é interessante destacar que a urutu-cruzeiro se diferencia de outras serpentes do mesmo gênero pela sua dieta. Enquanto outras espécies se alimentam de anfíbios, lagartos, aves e outras cobras, a urutu-cruzeiro se alimenta exclusivamente de mamíferos. Entre suas presas estão roedores como camundongos, ratazanas, capivaras e preás, além de marsupiais como os gambás.
Essa preferência alimentar está relacionada à ocorrência desses mamíferos em diversos habitats, como campos, lavouras, florestas, capoeiras, capinzais, gravatazais, bordas de matas, regiões cultivadas e áreas urbanas.
O resgate e a devolução da cobra cruzeira ao seu habitat natural mostram a importância da preservação da fauna e da atenção às espécies que habitam as diferentes regiões do Brasil. A ação dos policiais rodoviários federais demonstra a preocupação em garantir a segurança tanto dos animais quanto das pessoas que transitam pela região.