Portadores de fibromialgia promovem manifestação para conscientização sobre a síndrome

No município de Alegrete, algumas pessoas portadoras de fibromialgia estão buscando maior apoio e conscientização por parte das autoridades locais em relação a essa síndrome.

Jussara Melo, de 47 anos, e Fabiele Silveira Antunes, de 36 anos, são duas das pessoas que entraram em contato com o PAT, para expressar suas preocupações. Ambas convivem diariamente com os diversos sintomas da doença e destacam a falta de informação e garantias adequadas em Alegrete.

Fabiele relata que, quando foi diagnosticada com fibromialgia, realizou uma verdadeira peregrinação até encontrar o suporte adequado e obter um entendimento completo dos problemas que enfrentaria. Em busca de mais visibilidade e conscientização sobre a síndrome, um grupo de portadores de fibromialgia realizará uma manifestação na Praça Getúlio Vargas, em Alegrete, neste dia 15 de julho, a partir das 14h30.

A fibromialgia é uma síndrome clínica caracterizada por dores no corpo todo, especialmente na musculatura. Além da dor, os sintomas da fibromialgia incluem fadiga, sono não reparador (a pessoa acorda cansada), possíveis alterações de memória e atenção, ansiedade, depressão e distúrbios intestinais. Os pacientes geralmente sentem mais dor no final do dia, mas também podem experimentar desconforto pela manhã. A dor é descrita como sendo “nos ossos” ou “na carne”, e há uma grande sensibilidade ao toque.

O diagnóstico da fibromialgia é clínico, ou seja, não é necessário realizar exames para confirmar a sua presença. No entanto, existem critérios importantes para análise, como a presença de dor por mais de três meses em todo o corpo e a identificação de pontos dolorosos específicos na musculatura.

Até o momento, não se conhece uma causa única para a fibromialgia. Pode surgir após eventos traumáticos na vida de uma pessoa, como um trauma físico, psicológico ou até mesmo uma infecção grave. Estudos recentes sugerem que os portadores de fibromialgia apresentam uma sensibilidade aumentada, como se o cérebro estivesse “desregulado” para aumentar a percepção de dor. Assim, os nervos, a medula e o cérebro fazem com que qualquer estímulo doloroso seja amplificado.

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Entre os fatores de risco não controláveis ​​estão a idade (acima de 45 anos), o sexo feminino (que dobra as chances), histórico familiar (ter pais com fibromialgia), lesões recorrentes e presença de outros problemas de saúde, como lúpus ou artrite reumatóide.

Os portadores de fibromialgia em Alegrete estão buscando a aprovação de uma lei municipal por meio de um projeto. Essa lei propõe a criação de uma Carteira de Identificação da Pessoa com Fibromialgia (CIPFIBRO), que seria destinada a identificar as pessoas diagnosticadas com a síndrome. A carteira facilita o atendimento preferencial em órgãos da Administração Pública Direta e Indireta, bem como em instituições privadas.

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Os pacientes com fibromialgia são, acima de tudo, cidadãos brasileiros que têm o direito de pleitear seus direitos. Desde 2012, os portadores de fibromialgia conquistaram esse direito. A presença de reumatologistas é fundamental para um acompanhamento adequado. Portanto, a implementação das carteirinhas garantiria os direitos dessas pessoas, evitando constrangimentos, uma vez que não há provas físicas aparentes da doença. Além disso, proporcionaria mais conforto às famílias e garantiria o direito de atendimento preferencial.

A manifestação marcada para o dia 15 de julho na Praça Getúlio Vargas é uma oportunidade para as pessoas com fibromialgia em Alegrete ampliarem a visibilidade de sua condição e buscarem apoio e conscientização da população em geral. Espera-se que esse movimento possa levar a uma maior sensibilização do município em relação à síndrome e resultar em medidas concretas para melhorar a qualidade de vida dos portadores de fibromialgia em Alegrete.

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