Em espaço regimental solicitado através de requerimento da vereadora Dileusa Alves, da bancada do PDT, a presidente da ONG OPAA, Nara Leite, compareceu na Câmara, na sessão ordinária da última segunda-feira (4), para falar sobre os doze anos de atuação da entidade que trata da saúde animal em Alegrete.
Sua participação coincidiu com a data de 4 de outubro, o Dia Mundial dos Animais. Ao fazer a apresentação da convidada, a vereadora Dileusa Alves relatou que a OPAA embora atuando há doze anos na cidade, ainda há pessoas que não conhecem esse trabalho em prol da causa animal.
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A vereadora disse da importância da fala da doutora Nara, esclarecedora com certeza, para que se conheça mais sobre esse voluntariado que atua na comunidade.
Durante uma hora, a dirigente da OPAA relatou sobre as atividades da ONG, uma entidade não governamental que, através do voluntariado, promove ações de proteção aos animais.
Hoje, afirmou a palestrante, a OPAA se tornou uma referência não só do resgate de animais atropelado ou doentes, como na castração e mutirões em bairros. Ela não é um órgão público, como muitas pessoas imaginam, mas realiza um trabalho de voluntariado e, por isso mesmo, exige muito de seus colaboradores, esclareceu.
Ao comparecer na Câmara, a presidente da OPAA carregava um camalhaço de papeis, ao todo nove volumes que é o processo de implantação do Canil.
Desde 2017, o Canil está funcionando em seu novo local, próximo à Polícia Rodoviária Federal na ERS 566 com a denominação de Centro de Proteção Animal Domingas Faraco.
Foi um longo e árduo caminho percorrido até finalmente ser concretizado. Uma conquista da OPAA, que tomou a dianteira e com a parceria do poder público e da sociedade, afirmou. A causa animal é uma causa que tem a simpatia da população e conseguimos agregar muito em torno dela, ressaltou a doutora Nara.
Informou a palestrante que de alguns anos para cá, a OPAA vem investindo muito em torno da castração de animais. O número de animais nas ruas é muito grande e a OPAA vem conseguindo fazer a castração de 40 animais ao mês.
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É quase nada diante do número de animais na cidade entre cães, gatos, e equinos. Em levantamento preliminar realizado pela ONG, a média de animais em cada bairro da cidade chega a 700 e Alegrete tem mais de 60 bairros. Mas o trabalho não esmorece. Há pouco, foi possível castrar em torno de 70 animais no bairro Piola.
Para a presidente da OPAA, o que falta é mais conscientização da população e é uma questão mais proativa, já que os recursos são limitados e a ONG se mantém através de eventos, mas são questões que também vão se esgotando.
O que se arrecada nos eventos é empregado na castração de um ou outro animal e no socorro a animais acidentados. Mas tem também o sentido social do trabalho em que é destinado um percentual para a recuperação de casas de famílias que vivem em situação de extrema precariedade.
Nara Leite defendeu um investimento pesado em castração com efeito a curto, médio e longo prazo, porque, “se não investirmos nisso, é o que estamos vendo hoje”, observou. Nara Leite ainda chamou a atenção para a proliferação de carrapatos, sendo um caso de a saúde pública e disse que cada um precisa cuidar de seu pátio e estar sempre alerta nesse sentido.
Com os recursos exauridos, a ONG tem recebido auxílio da Nota Fiscal Gaúcha que vem uma ou duas vezes por ano. Também algumas emendas de parlamentares que são direcionadas para a Secretaria de Saúde, mas que não são repassadas para a questão da castração, Confessou a presidente que o estresse é grande e que só não saiu devido à solicitação do grupo para que continue à frente.
É frequente ocorrerem casos de atropelamento de animais, a cadela que deu cria em que as pessoas querem a ajuda, quando na verdade o que querem é tirar o problema da frente delas. Manda por no Canil, é a frase mais frequente, mas as pessoas sabem como está o Canil, quantos cães estão lá e que tem custos de ração, medicamentos, enfim. Lembrou da posse responsável de animais e que agora a Delegacia de Polícia Amiga dos Animais Polícia está atuando quando há denúncia, no sentido punitivo e de efeito moral.
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A dirigente da ONG concitou a que se pense em conjunto uma alternativa que dê um novo alento para seguir em frente.
A OPAA tem também seu braço social que é a OPAA Humanitária que já resultou na construção de uma casa no bairro Segabinazi. Com o pouco que se arrecada, a ONG vai trabalhando para resolver esses problemas que afetam os vulneráveis.Por fim, pediu um olhar atento e generoso de parte dos vereadores no sentido de que ajudem a encontrar caminhos a fim de que se possa evoluir nesse trabalho, concluiu.
Após sua explanação, os vereadores questionaram a presidente da ONG sobre tipo de ajuda que a OPAA recebe, especialmente no tocante às emendas parlamentares. Respondeu a questionamentos dos vereadores Fábio Bocão, Itamar Rodriguez, Bispo Ênio Bastos, Anilton Oliveira, Glênio Bolsson, João Monteiro, João Leivas e Cléo Trindade e a vereadora Dileusa Alves, que reiterou sobre as emendas em favor da causa animal.
Fotos e Fonte: Assessoria CMA