Produtor rural, ainda abalado com as queimadas, faz apelo por mais atenção ao campo

Na manhã desta quarta-feira(19), o PAT recebeu imagens e um vídeo da Cabanha Bom Sossego, a primeira mensagem retrata a desolação. "Pai Passo pede ajuda" - descreve Augusto Faraco Corrêa.

Ele disse que mais de 20 ovelhas morreram com o fogo e cerca de 15 estão feridas e, provavelmente, não irão sobreviver. O cenário que parece um deserto, por todos os lados o que se vê é o rastro de um dos maiores incêndios já registrados no interior do Município.

Na sequência o produtor envia o seguinte testemunhal:

Primeiramente, clamamos por um plano de combate a incêndio adequado à zona rural, pois sabemos que existem lugares de difícil acesso.


O fogo teve início no domingo pela manhã, e foram feitos diversos pedidos de ajuda para combatê-lo.

No entanto, não foi possível a chegada dos bombeiros ao local devido ao meio de transporte inadequado para zona rural.

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O fogo se alastrou em uma velocidade violenta, e, sozinhos, os proprietários não conseguiram contê-lo.


Na minha propriedade, não obtive nenhum tipo de ajuda de qualquer órgão, somente de familiares e amigos .


Tive 100% da minha área produtiva queimada, bem como cercas, espaço de tratar animais, área de preservação. Além disso, houve morte de ovinos, e aqueles que sobreviveram estão em estado debilitado.

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Ainda, há bovinos desaparecidos, pois os arames das cercas foram cortados para tentar salvá-los.


Mais uma vez o produtor rural se sente abandonado por não ter apoio de seus governantes. Não me canso de dizer que o alimento que chega na cidade sai dessa terra que tanto sofre descaso.

Quem irá arcar com todo esse prejuízo?” – completa muito emocionado.

Segundo informações da Prefeitura Municipal de Alegrete, foram 7.350 hectares na região da Área de Proteção Ambiental do Ibirapuitã atingidas pelo sinistro, entre as localidades Catimbau, Pai Passo, Rincão do 28 e Vasco Alves, no último dia 16.

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O domingo foi de terror, desespero e muito trabalho. Moradores do Pai Passo foram até a madrugada com maquinários tentando conter as chamas. Também aturam na extinção do fogo, em relação a todas as localidades atingidas, os Bombeiros, Exército e duas aeronaves agrícolas.

O cenário atual é de um estrago ainda incalculável, para os produtores e para produção agropecuária, ao solo, à vegetação nativa e aos animais (domésticos e os nativos campestres).

O fogo também dizimou postes de energia elétrica,cercas, plantações, matou reses e queimou dois tratores entre as localidades atingidas.

Na manhã de terça-feira (18), uma reunião convocada pela prefeitura reuniu lideranças da comunidade para buscar soluções quanto às queimadas no município de Alegrete.

O encontro no Salão Azul do Centro Administrativo reuniu Exército, Brigada Militar, Bombeiros, Sindicato Rural, Empresários da Aviação Agrícola, vereadores, entidades empresariais, lideranças comunitárias, Guarda Municipal e Defesa Civil.

Com diversas sugestões e parcerias para viabilizar algumas demandas já pautadas, o prefeito assegurou a reativação do Conselho da Defesa Civil, bem como reativar outras áreas que possibilitem buscar alternativas para momentos críticos que atingem o município.

A Presidente da Associação dos Arrozeiros de Alegrete, Fátima Marchezan enviou um manifesto por uma ação estratégica para calamidades no campo e na cidade para a frente parlamentar agropecuária da Câmara de Vereadores de Alegrete.

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