Safra 2020/2021: Alegrete bate recorde de produtividade na colheita do arroz

O Instituto Rio Grandense do Arroz finalizou o levantamento dos dados da safra 2020/2021. Como já era esperado, o destaque ficou por conta da produtividade média no RS, que bateu recorde: 9.010 quilos por hectare. A maior produtividade, até então, foi registrada na safra 2019/2020, com 8.400 kg/ha.

Analisando os dados das seis regiões arrozeiras, a Fronteira Oeste apresentou a maior produtividade, com 9.705 Kg/ha. A Zona Sul também teve um desempenho acima da média gaúcha, com 9.325 kg/ha.

O município de Alegrete teve uma produtividade de 9.483 kg/ha, a melhor nos últimos 5 anos. Até então, na safra 2017/2018 a produtividade alcançou 9.058. Num comparativo com a safra de 2019/2020, Alegrete apresentou 9.020 em produtividade.

O levantamento do Irga foi elaborado pelos Núcleos de Assistência Técnica e Extensão Rural (Nates) a partir de informações fornecidas pelos produtores gaúchos e tabuladas pela Divisão de Assistência Técnica e Extensão Rural (Dater) da autarquia.

No Estado, foram colhidas 8.523.429 toneladas, a quarta maior produção da história. As três maiores, no entanto, foram sobre áreas acima de 1,1 milhão de hectares enquanto a safra deste ano foi colhida em 945.971 ha (número atualizado).

 

As altas produtividades obtidas na safra 2020/2021 são resultados da adoção de manejos recomendados por pesquisa e extensão, tais como: preparo antecipado do solo, utilização de sementes certificadas, semeadura na época preferencial, irrigação estabelecida até o estádio V3-V4, manejo precoce de plantas daninhas, rotação de culturas (principalmente com soja), implantação de coberturas de inverno em sistemas integrados de produção agropecuária (destaque para o azevém e trevo persa), entre outras práticas agronômicas.

O custo de produção da safra 2020/2021, conforme os dados coletados pelos Núcleos de Assistência Técnica e Extensão Rural no interior do Estado também foram concluídos.

O custo médio ponderado para produção do saco de arroz em casca de 50 quilos nesta safra no RS ficou em R$ 72,73. Já o custo por hectare ficou em R$ 11.567,74, considerando uma média de produtividade de 7.952,50 kg/ha – 159,05 sacos/ha (média RS – três safras).

 

A metodologia utilizada pelo Instituto Rio Grandense do Arroz, foi a mesma dos anos anteriores, sendo que parte desse custo serve também de base para a indenização por granizo, conforme Decreto Estadual que regulamenta essa cobertura. As alterações em relação ao custo da safra anterior (2019/2020) ocorreram mais nos itens indexados ao preço do arroz.

Em relação à safra passada, o custo por hectare cultivado registrou uma alta de 14,78% neste ano. No ano passado, o levantamento revelou o custo em R$ 10.078,00 por hectare, com produtividade média de 155,77 sacos/ha (média RS – três safras).

O diretor comercial do Irga, no entanto, alerta para o aumento que ocorrerá no custo da safra 2021/2022, já visível, ainda não calculado, mas em fase inicial de estudo. “Inobstante a necessidade do produtor de vender para atender seus compromissos, deve haver cuidado na venda, como forma de não comprometer a safra que estamos iniciando. Além disso, no próximo plantio deveremos observar aspectos importantes em um cenário de incerteza de preços, tais como áreas com maior aptidão para a cultura, livres de arroz vermelho, avaliar bem a disponibilidade hídrica e outros aspectos, a fim de minimizar os riscos, se eventualmente não tivermos os preços desejados”, acrescenta João Batista Gomes.

 

Além disso, também merece destaque a genética Irga, principalmente o uso da cultivar IRGA 424 RI, que apresenta estabilidade e alto potencial produtivo e foi semeada em mais de 50% das lavouras de arroz do RS, contribuindo diretamente para altas produtividades.

Dos 945.971 ha colhidos nesta safra no RS, em 612.787 ha foram usadas as cultivares desenvolvidas pelo Irga, o que representa 64,78% de todas as cultivares semeadas. A mais utilizada pelos produtores foi a IRGA 424 RI, com 51,46% de representatividade (equivalente a 476.770 ha semeados). Em segundo lugar aparece a IRGA 431 CL, com 11,52% (108.926,00 ha).

Júlio Cesar Santos                                 Fonte: IRGA                         Fotos: Nourival Neto