“Se tiverem oportunidade, não deixem passar” – ensina músico de Alegrete, atualmente no Paraná

Mais uma história se desdobra entre os muitos filhos e filhas de Alegrete, cidade que parece ter o dom de espalhar seus habitantes pelos mais diversos cantos do país e do mundo.

Diego Luiz da Silva, nascido e criado no Baita Chão, tecladista por paixão e músico por devoção, traz consigo não apenas as melodias e os acordes das noites alegretenses, mas também as memórias e saudades de uma terra que sempre será sua raiz.

Entre acordes e compassos, Diego percorreu uma trajetória musical que o levou por diversos grupos e bandas da região como: Voz do Samba, Consciência Negra, Expresso da Noite, Raça e Alegretchê, entre outros, até projetos mais recentes como a Banda Liberais do Samba, onde agora dedica seu talento como um hobby. Contudo, a música não foi seu único caminho; em 2005, após uma década e meia imerso na atmosfera cultural de Alegrete, Diego tomou uma decisão que mudaria o rumo de sua vida.

O chamado por novos horizontes o levou a Francisco Beltrão, no Paraná, onde encontrou abrigo para seus sonhos e oportunidades para seu crescimento profissional. Deixando para trás sua terra natal, Diego embarcou nessa jornada acompanhado da esposa e do filho, trazendo consigo as palavras de apoio e encorajamento de sua família. “Vai filho, tenta, se não der certo, pode voltar”, ecoavam as últimas palavras de conforto daqueles que sempre estiveram ao seu lado.

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A adaptação a uma nova cidade e a busca por novas oportunidades não foram desafios pequenos, mas Diego persistiu. Com determinação e foco, graduou-se em Sistemas de Informação em 2012, abrindo portas para uma carreira bem-sucedida como programador de sistemas de computador em uma empresa de monitoramento de caminhões. A música, agora, ocupava um lugar diferente em sua vida, mas jamais deixou de ser parte essencial de sua identidade.

No entanto, mesmo com o sucesso profissional e as realizações alcançadas longe de casa, as lembranças de Alegrete continuam a ecoar em seu coração. As visitas esporádicas à terra natal são momentos de reencontro com amigos e familiares, mas também de contemplação das mudanças que o tempo trouxe. “Cada vez estão se terminando os meus”, lamenta Diego, observando as transformações que se operam nas ruas e nos rostos que um dia foram tão familiares.

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E é com um misto de saudade e gratidão que Diego deixa seu recado para os jovens alegretenses que, como ele, um dia podem sentir o chamado para além dos limites da cidade. “Se tiverem a oportunidade, não deixem passar”, aconselha ele, lembrando que os sonhos merecem ser perseguidos e que o retorno às origens, embora possível, nem sempre é necessário. “Cavalo encilhado não passa duas vezes”, ensina Diego, mantendo viva a chama da esperança e do orgulho em sua terra natal.

Assim, entre acordes de samba e linhas de código, Diego continua a trilhar seu caminho, levando consigo as lembranças e as lições de uma vida marcada pelo amor à música e às suas origens. E mesmo distante fisicamente, seu coração sempre baterá no ritmo cadenciado da alma alegretense, pronta para dominar o mundo, uma nota musical de cada vez.

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